domingo, 28 de julho de 2013

A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a! 2013

Programa A Fé Em Ação 
Realiza Evento Ecológico em Mosqueiro-PA
A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a!
Um Evento de Conscientização Ambiental em Defesa das Nossas Praias.
Dia 28 de Julho de 2013.

A Natureza é Sua Amiga, Preserve-a! 2013

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Exibido todos os dias às 23h30 na TV Bacana Canal - Canal 17

sábado, 6 de julho de 2013

Igreja Vencida

Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.

Se quisermos simplesmente espiritualizar o texto petrino, o reduziremos a uma batalha metafísica de caráter inglório. Por outro lado, só existe uma maneira para não cometermos o “pecado” do  reducionismo, desvirtuamento, e empobrecimento do escrito em questão: A observação, a priori, do  contexto.    

Pedro está claramente encorajando os companheiros de fé, em um momento de perseguição. Lembremo-nos que a eclésia nessa época não era popular - não estava na moda “ser de Jesus”- e não possuía poder político. 

É lógico, que como humanos que eram, traziam consigo os seus temores e carências. A maioria não havia ainda obtido maturidade suficiente para lidar com as pressões de  carregar o vitupério de Cristo.

Por essa razão, a carta diz: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.

Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”. (I Pe.5.6-10).

Os versos supra falam de ansiedade, sofrimentos contínuos, suavizados pelo consolo de que não serão para sempre, daí o termo “por um pouco” de tempo. Mais patente ficará a ideia de perseguições se voltarmos ao capítulo anterior da carta:

“Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando.

Se, pelo nome de Cristo, sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios de outrem; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso; antes, glorifique a Deus com esse nome. ( I Pe.4.12-16).

   O Diabo.

Depois de observarmos a motivação da carta, podemos depreender do texto uma melhor compreensão a respeito do “diabo” citado nela. No grego διάβολος (diábolos) = acusador,  caluniador. Lendo Pedro com o olhar na realidade dos fatos ocorridos à época, veremos que o “diabo” ali está personificado na perseguição, calúnia e injuria sofrida por aqueles que seguiam o Nazareno.

Vale ressaltar, que não cremos como a igreja crê hoje com relação ao diabo, todavia, usaremos a forma meramente biblicista, para desse modo, tentar rechaçar interpretações isentas do pensar lógico, filosófico, teológico, e claro, minimamente inteligente, ainda que lançando mão da hermenêutica ortodoxa.

Mas vamos adiante... O diabo enquanto entidade espiritual (lembre que minha abordagem aqui é apenas bíblica, para que os biblicistas não me acusem de não fazer uso das escrituras) foi vencido na cruz:

 “Ele (O Senhor) nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl.1.13). “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo.3.8); “e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl.2.15).

“...Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo”. ( Hb.2.14).

Observamos nessa exposição a vitória de Jesus Cristo sobre todas as forças e potestades malignas. A  Escritura Neotestamentária assegura não só o triunfo de Jesus sobre o mal, como também nos nomina morada de Deus e templo do Espírito Santo: I Co. 6.19; Cl. 1.27; II Co. 13.5.

De forma lógica, racional, e meramente bíblica concluímos: Se Deus faz morada naquele que crê, logo, não permitirá jamais que o maligno o tome de assalto, se apossando daquele que lhe pertence: “…Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo.10.28). “… Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo. 4.4).

E em outro lugar diz: “Aquele que nasceu de Deus (Jesus Cristo homem) o guarda, e o Maligno não lhe toca”. (I Jo.5.18). “A palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o Maligno” (I Jo.2.14).
Os dois trunfos do mal.

Sabendo que nós, como santuário de Deus, não estamos suscetíveis a qualquer forma de possessão maligna – que porventura ainda persistamos em temer - e que só nós temos o poder e o arbítrio de oportunizar os ardis das chamadas “hostes espirituais da maldade” (Ef. 4.27); a pergunta a ser formulada então é: De que maneira os poderes maléficos podem atuar na vida daquele que crê?

Primeiro, precisamos entender que o “estrago” já foi feito no momento em que houve a transgressão registrada em Gênesis (creia você na literalidade dela ou não).

Quando agora, ouvimos o chamado e nos achegamos a Deus, somos salvos e justificados pela fé, entretanto, continuamos vivendo em um corpo corruptível, que segundo as Escrituras, só será perfeito ou “incorruptível” no último dia, quando estivermos face a face com Cristo. (I Co.15.42). 

Hoje somos salvos de direito e ninguém tomará isso de nós, pois foi algo conquistado por Cristo e a nós outorgado por graça. Há, no entanto, o “vírus” do pecado, o qual nos trouxe a morte e que se encontra em nós. Ainda que salvos pela fé, escrituristicamente sabemos que esse mundo segue o  seu ciclo até o dia do Senhor, quando então, nós e toda criação receberemos a incorruptibilidade.

Por causa da corruptibilidade generalizada, é que o mal tem o poder de influenciar o modo de crer da humanidade, e claro, da Igreja.

O “vírus” está no ar e traz consigo dois grandes ardis: a incredulidade, fazendo o homem pensar o Evangelho usando categorias meramente humanas; e o fanatismo.

“E Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá. Mas Jesus, voltando-se, disse a Pedro: Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens”.
(Mt.16.22,23).

Pedro não está aqui possesso de demônios, apenas influenciado pelo momento e pelas  contingências secularistas (diabólicas). Jesus diz aqui, que o “diabo” não cogita (não entende) das  coisas de Deus. É pertinente observar, que o secularismo foi inculcado na humanidade desde o início.

O “sereis como Deus” (Gn.3.5), ecoa de geração a geração com o mesmo apelo avassalador a uma vida hedonista, onde o homem é dono do seu nariz, recusando viver e crer no Evangelho.

“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século (Secularismo = materialismo) cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (II Co. 4. 3,4).

O primeiro trunfo do mal é produzir uma casta de ateus cristãos, gente que quanto ao Evangelho de Jesus Cristo são incréus, leem a bíblia com um olhar judeu pagão, veem a graça como  produto do mérito, o “agora” como o alvo, e o “porvir” como prescindível. Esse tipo de fé nada mais é que anti fé, anti Evangelho e anticristo.

“...são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas”. (Fp. 3.18-19).

O segundo trunfo, próprio deste século, é o fanatismo. Sua vítima é empurrada por suas crenças,  militância e ativismo para bem perto de sua religião, porém, para bem longe de Jesus Cristo.

Ele é personificado no sacerdote e levita da parábola do bom samaritano, onde o culto perde o referencial  de expressão a Deus através do semelhante, para se tornar um cabide de ritualizações esteticamente  perfeitas, porém, duas vezes morta. (Lc. 10.30-37).

O fanatismo prescinde do pensar inteligente e lógico, imaginando que o raciocínio venha menoscabar ou desvirtuar a fé, o que não é verdade, pois ela está ancorada em bases escriturísticas  e históricas muito fortes, e não no mero ativismo surdo encontrado na estressada e exaurida Marta.

O Cristo que a Igreja professa crer, venceu todas as potestades. A Igreja, porém, tem sido vencida, ora pelo ateísmo cristão - desprezando a graça de Deus e o viver somente pela fé - ora pelo  fanatismo religioso utópico do céu na terra, aqui e agora - quimera de corações seduzidos pelo discurso pragmático e malicioso da religião do nosso tempo.

No entanto, a saída contínua a mesma: Crer em Jesus como senhor para além da vida e da morte, o Senhor da graça salvífica, a qual redime o pior dos seres humanos, conscientizando-o para humano ser, transformando-o de ególatra embotado em altruísta solícito, de mero religioso segregacionista em agregador consciencioso…

A solução nunca foi e nunca será religião, ela também não se encontra no Jesus dos judeus, nem dos cristãos. Só mesmo no metafísico caminho - o Jesus ressurreto - fruível nos gestos de bondade e misericórdia... Percebido sobretudo, por aquele que consegue enxergar Deus para além das cercas separatistas das crenças mesquinhas e rasas, pois só aí, Deus em Cristo será encontrado.

O que se necessita de fato é mais de Deus, mais da graça…Fora com a minha igreja vencida! Fracassada! Fora com a minha verdade irredutível! Com meus preconceitos oriundos do apedeutismo contumaz!

Em Cristo, se é vencedor quando o intuito é a vitória do todo, quando só um vence, a eclésia perde, entretanto, quando individualmente se busca o bem comum, o resultado é o triunfo.
Isso é um sonho? Definitivamente não, isso é comunhão, isso é eclésia.


Wanderley Nunes