quinta-feira, 6 de maio de 2010

Comentário hermenêutico de Hebreus 6.4-8 - A salvação pode ser perdida?


Introdução.

Desde o seu nascimento a Igreja tem sido alvo de grandes perseguições, porém sempre saindo delas de forma vitoriosa. As grandes dificuldades as quais tem passado em todos os tempos, sempre tem feito a noiva do cordeiro levantar-ser com mais força, entretanto, os grandes embates inimigos não tem sido os das perseguições físicas, pois elas forjam heróis, envergonhando ainda mais o arraial inimigo, e sim um perito trabalho de distorção da palavra de Deus, responsável pela divisão da seara do Mestre e o soerguimento das mais diversas bandeiras denominacionais.

Hebreus 6.4-8 tem sido usado desde muito como uma munição a fortalecer o arsenal inimigo contra a doutrina Bíblica da soberania de Deus, acentuando a crença de que o homem é responsável e mantenedor da sua salvação.

Nesse trabalho, buscar-se-á elucidar as dificuldades apresentadas pelo texto, bem como harmonizá-lo com as demais Escrituras. O texto será traduzido do grego, buscando-se assim a essência daquilo que o escritor quis transmitir. Serão envidados esforços no sentido de compreender a questão da impossibilidade do arrependimento nos versículos em questão. Por fim, será abordada a questão da procedência e manutenção da salvação. Que O Deus todo poderoso acrescente mais da sua graça aos seus humildes servos, a fim de que continuem buscando conhecer a sua vontade e trabalharem para sua glória.


Tradução de Hebreus 6.4-8.


4 “(É) impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e desfrutado da dádiva celeste, sendo feitos companheiros através do Espírito Santo. 5 Tendo experienciado a boa palavra (palavra falada) de Deus e os poderes da era porvir, 6 e caído, de novo serem renovados para uma mudança de mentalidade, pois recrucificam o filho de Deus e o expõe á vergonha. 7 A terra pois, que bebe a chuva que frequentemente vem sobre ela e faz germinar vegetação apta para aqueles por quem é cultivada, torna-se participante da benção (bem aventurança) de Deus. 8 Mas produzindo espinhos e abrolhos, é reprovada e está no caminho da maldição, cujo destino final é a queima”.1

Hebreus 6.4- 6 é um trecho que não pode ser tomado como uma interpretação de que o Cristão está sujeito a perder a salvação após tê-la recebido, pois tal proposição traz consigo sérias implicações de cunho hermenêutico e exegético como:

  1. Se alguém servir a Jesus e posteriormente “desviar-se” da fé, não haverá possibilidade de arrependimento e estará invariável e eternamente perdido.

  2. Por esse prisma, a salvação deixa de ser um dom gratuito para tornar-se uma conquista meritória, cuja responsabilidade por sua manutenção é total e inexoravelmente humana, consequentemente, passível de ser perdida.


  3. Seguindo essa linha interpretativa, o crente fraco não poderá encontrar ensejo de salvação, já que vez por outra fracassa na fé, não havendo assim chance de uma suposta comunhão que o conduza ao nível de fé desejável.


A possibilidade de arrependimento.


Se o texto estivesse falando, que mesmo depois de se conhecer o Evangelho, ter chegado a entender o plano salvífico, desfrutado das bênçãos da comunhão cristã, e depois por algum motivo “desviar-se” se perderia a salvação, seria aberto um precedente de consequências no mínimo desastrosas. Isso implicaria na dedução lógica, que após alguém ter conhecido a verdade e depois tê-la abandonado, não teria mais a possibilidade de arrependimento.

Um dos maiores exemplos neotestamentário da possibilidade de arrependimento pode ser observado na figura do apóstolo Pedro. Negou não só ser discípulo de Jesus, como até mesmo conhecê-lo. (Mt.26.69-75) - Vale salientar que todos os outros discípulos também abandonaram o mestre - Pedro, porém, foi sensível à voz de Deus, quando do convite ao retorno à comunhão (Mc.16.7), confessando diante dos companheiros sua fé e amor ao Senhor (Jo.21.15-17).

Na epístola a Timóteo, Paulo fala claramente da possibilidade daquele Cristão que teve seus sentidos embotados pelo engano do pecado, e “desviou-se” da verdade, poder, outrossim, se arrepender (II Tm.2.25,26) retornando à verdade apostólica. Na sua homilia aos Coríntios, Paulo lembra uma forte exortação que lhes dirigira, todavia, explicita que tal atitude trouxe arrependimento da parte de Deus conduzindo-os à vida (II Co.7.9,10).

Outro exemplo encontra-se na repreensão feita à Laodicéia: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, Zeloso e arrepende-te” (Ap.3.19). Muito embora esse trecho, sobretudo o versículo 20, seja usado comumente para o evangelismo de descrentes, sabe-se ser essa aplicação deficitária e equivocada, pois a palavra é dirigida à Igreja de Laodicéia, uma das sete Igrejas da Ásia (Ap.1.4). A chamada ao arrependimento é feita “a crentes desviados” da fé genuína, a despeito de serem Cristãos professos.

Logo se pode observar a interpretação dada ao texto de Hebreus 6, abrindo precedente para a possibilidade da perda da salvação para aquele uma vez salvo, ser incoerente com a doutrina bíblica da salvação, pois se assim fora, não haveria chance de arrependimento para nenhum Cristão que de algum modo tenha se afastado por algum tempo da sua fé, sendo vedado os céus a todos os servos de Deus em todos os tempos que fracassaram. Estariam excluídos dessa relação: Jonas, Davi, Moisés, Elias, Pedro... E uma lista infindável de personagens que as sagradas letras afirmam terem sido homens dos quais o mundo não era digno (Hb.11.38). A salvação bíblica, todavia, é gratuita (Ef.2.8) e irrevogável (Jo.10.27,28) como todo dom Divino (Rm.11.29).


A impossibilidade do arrependimento.

[...] É impossível outra vez renová-los para o arrependimento, visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o filho de Deus e expondo-o à ignomínia” (Hb.6.6). Taxativamente é afirmada aqui a impossibilidade de renovação dos caídos. Não há, conforme esse versículo, nenhuma possibilidade do infrator ser reerguido por quem quer que seja. O texto grego fala da impossibilidade de se mudar a “disposição mental” do desviado, pois o termo “caíram denota um arremessar-se para fora (parapesountás), este verbo está no aoristo ativo apontando para uma ação simples.
Esse verbo é encontrado apenas nesse versículo em todo o novo testamento, cuja raiz significa “cair para o lado”, dando a entender o desvio de um padrão ou caminho certo.2

O cerne da questão se encontra na impossibilidade da renovação da fé daqueles que se desviaram do padrão ou caminho certo: “É impossível [...] serem renovados para uma mudança de mentalidade”; para em seguida notar-se claramente a conexão com o vocábulo “caíram” - transmitindo a ideia de uma ação deliberada - “estão crucificando para si mesmos o filho de Deus e o expondo a ignomínia”, pois quando o texto grego axiomaticamente declara: “recrucificam” a Jesus e o expõe à vergonha, está, portanto, apontando para a ideia de alguém que abandonou a fé, e fez-se contrário a Cristo,3 a ponto de tornar-se avesso a sua pessoa e doutrina, de modo similar aos que rejeitaram ao Senhor, o prenderam, aviltaram de todas as formas, inclusive despindo-o publicamente, e por fim o crucificaram (Mt.27.27-31, Lc.23.11 e Jo.19. 2,3).

Parece muito patente que o propósito do escritor de Hebreus é falar do perigo da apostasia. É pertinente observar que em nenhum momento do texto ele se referiu a alguém que experimentou a salvação e depois a perdeu, e sim aqueles que experimentaram uma iluminação e algumas das benesses divinas e depois apostataram. Outro fator importante é quando está sendo finalizada a perícope, há uma analogia muito esclarecedora no que concerne a mensagem que se deseja transmitir, pois no versículo sete é dito que a terra que, beneficiada pela chuva, responde positivamente com bons frutos, receberá indubitavelmente a bem aventurança da parte de Deus.

Tal analogia lembra as palavras ditas por Jesus: “Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo, assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt.7.19,20). Isso aclara a premissa de que só se pode dar fruto segundo a sua espécie “[...] não se colhem figos de espinheiro, nem dos abrolhos se vindimam uvas.” (Lc. 6.44). Seguindo tal pensamento, conclui-se que só uma terra boa dará bons frutos. De modo lógico, se chegará à conclusão que só mesmo uma terra má produzirá espinhos e abrolhos, sendo isso uma simples manifestação da sua natureza, cujo destino final segundo a afirmação de Hebreus, é ser queimada.


A salvação, sua procedência e manutenção.

A salvação Bíblica tem variadas ênfases, mas de modo objetivo, sobretudo no Novo Testamento, fala do livramento da ira divina que será derramada sobre o pecador impenitente (I Tss.1.10, At.17.31, Jo.3.18). A Bíblia fala de salvação no sentido passado, presente e futuro. O verbo salvar surge nas escrituras gregas nos mais diversos tempos verbais; demonstrando que: os Cristãos foram salvos de forma pré-ordenada, sob decreto Divino, e ainda antes da fundação do mundo (Ef. 1.4), estavam sendo salvos pelo operar de Deus na História (Gl 4.4), são salvos por estarem justificados diante de Deus através do sacrifício do Calvário (Rm.3.24,8.1), estão sendo salvos por intermédio da obra santificadora contínua de Deus, a qual santifica os seus (I Tss.4.3,Ef.1.4), e serão salvos no tempo da consumação de todas as coisas4.

Em todos esses prismas observa-se que a obra da salvação é toda de Deus: “... Ao Senhor pertence a salvação”. (Jn. 2.9). Com base nessa assertiva, pode-se analisar as bases paulinas em Efésios 2. 8, 9:” porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. O homem é salvo unicamente pelo favor divino, cuja nomenclatura é graça, donde se depreende ser essa uma consecução unicamente Divina. Parte de Deus - é dele o plano e a ação- o instrumento utilizado é a fé do pecador. A salvação aqui é considerada um dom, ou seja, um presente, uma dádiva. Não pode vir de nada que o homem tenha em si mesmo ou possa alegar fazer, pois não tem autonomia para isso devido o pecado: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer[...], todos se extraviaram, á uma se fizeram inúteis: não há quem faça o bem, não há nenhum sequer.”(Rm. 3.10,12).

Ao afirmar a incapacidade humana para conseguir a salvação por seu próprio intermédio ou esforço, as Escrituras indicam o caminho salvífico á humanidade perdida: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. (Rm. 3.24). É demonstrado ser só Jesus o remédio para a humanidade destituída da sua glória e carente da sua graça (Rm. 3.23). Foulkes ao comentar “[... ]e isso não vem de vós; é dom de Deus... de Efésio2.8 diz:

[...] o que o apóstolo quer dizer é que toda iniciativa e toda atitude no sentido de tornar acessível ao homem esta salvação pertencem a Deus. “De Deus é o dom” é a tradução que melhor mostra a ênfase da disposição das palavras em grego. “Um homem que fique abandonado por Deus, cai em total desesperança. É a voz de Deus que acorda, que desperta, que leva o homem a pensar e inquirir; é o poder de Deus que fornece forças para agir;é o mesmo poder que proporciona satisfação à necessidade de uma nova vida”.5


Depreende-se de tal proposição a soberana vontade de Deus, Rm. 9.15, fazendo tudo o que lhe apraz, conforme o beneplácito da sua vontade Ef.1.5. “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. Fp. 2.13. Só mesmo sendo chamado e escolhido por Deus é que o homem poderá resistir aos duros embates contra o pecado: “Não fostes vós que escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos...” (Jo. 15.16). “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. (Jo.15.5). Mesmo o permanecer em Cristo requer uma eleição. Na sua oração sacerdotal Jesus justificou a perda (saída) de Judas: “... Protegi-os, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura” (Jo.17.12). Noutro lugar afirma: “... sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti” (Rm.11.18).

Aos Filipenses, Paulo ratifica a questão da consciência que o Cristão deve ter da obra salvífica de Deus em sua vida: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Fp.1.6). Nesse texto, o apóstolo parece aludir as obras feitas por Deus, e de modo específico, a obra da criação, a qual tem seu clímax na criação do homem e no descanso divino. Já que tudo o que Deus iniciou, de forma perfeita executou até o fim, para o louvor da sua glória.
Considerações finais.

Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt. 22.29). Esse versículo parece se aplicar muito bem ao contexto no qual a Igreja se encontra hoje, eivada de pensamentos humanistas, buscando explicações estribada em seu próprio entendimento, (Pv.3.5), e não no conselho do Senhor (Is.30.1). Vê-se o reflexo disso na teologia gritada de cima dos púlpitos e nos meios de comunicações mais diversos. Dando impressão aos incautos, que tal palavra é a própria voz de Deus, quando ao contrário, estão ouvindo a mesma canção ouvida na era das trevas da Igreja pré-reforma; um som incerto6, ao qual um ouvido apurado pelo Espírito Santo não dará atenção.

Dentre os ensinamentos deturpados ao longo dos séculos, sem dúvida, a salvação pela graça mediante a fé, e a manutenção da mesma, garantida pelo Senhor, tem sido inequivocamente a mais atacada, contraditada e solapada por mestres inspirados pela corte do inimigo, que busca subtrair do homem a certeza da salvação e de Deus sua glória. Textos como esse de Hebreus, são usados ainda que de forma velada, para pôr no homem a responsabilidade e a consecução da sua salvação, ultrajando assim o Espírito da graça (Hb.10.29).

É Gratificante após um estudo sério como esse, observar que as falácias dos homens são lançadas por terra através de uma análise hermenêutica e exegética correta, sob a iluminação Daquele que vela por Sua palavra. A Ele pois, toda glória. 
                     Pr. Wanderley Nunes. 




1Tradução do texto grego, W.Nunes.

2Guthrie, Donald, A carta aos Hebreus, p.135.

3No caso da igreja hebraica, um retornar ao judaísmo, com suas leis, sacrifícios e um sacerdote intercessor, contrariando a salvação pela graça, o sacrifício de Cristo e o seu sacerdócio exclusivo e eterno. (Hb. 2. 1-3, Hb.10. 28-29).

4.Sproul, R. Cl, 2º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã –. Editora Cultura Cristã. http://www.teuministerio.com.br

5Foulkes,Francis,Efésios introdução e comentário,p.64,65.

6I Co. 14.8

sábado, 17 de abril de 2010

A revelação da Divindade


Jesus Cristo o único Deus e Senhor.

“Ouve Israel, o Senhor nosso Deus é único Senhor”. Dt 6:4.

As escrituras não falam da existência de uma Trindade, Deus é um Deus único, e as Escrituras afirmam que ele se manifestou em carne: “e sem dúvida alguma grande é o mistério da piedade: aquele que se manifestou em carne, foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, e recebido acima na glória”. I Tm 3:16.

Ele era Senhor e Cristo, todavia, para se tornar o cordeiro (Jo 1:29), teve que se fazer carne. Em Lv 26:11-12, há uma profecia a esse respeito: “E porei o meu tabernáculo no meio de vós... e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo”. Para ser o sacrifício eterno para a salvação do homem, Ele teve que construir um tabernáculo (corpo), e habitar nele: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Cl 2:9.

Pode um espírito ter as suas carnes cortadas e derramar sangue? Claro que não. O próprio Cristo disse aos discípulos: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne, nem ossos, como vede que eu tenho”. Lc 24:39.

Ele era Senhor e Cristo, todavia, o corpo criado (o tabernáculo humano) recebeu um nome: “Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.”At 2:36.

É bom que se observe: Senhor Jesus Cristo. Se ele é aquele que se manifestou em carne (I Tm 3:16); Se Jesus é Senhor e Cristo, ele não pode ser nada menos que Pai, Filho e Espírito Santo, habitando em um corpo humano, de forma nenhuma, três pessoas, mas um Deus que se manifestou em três títulos maiores.

Deus criou o óvulo e a semente de vida humana, usando Maria como incubadora. O Deus único e eterno criou para si mesmo um corpo, através do qual pôde ser manifestado, (expressado) aos homens: “O qual é a imagem do Deus invisível...” Cl 1:15. 

Para que se compreenda melhor este assunto, é salutar verificar que as Escrituras dizem que ele nasceu o Cristo: “Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim...” Mt 1:18. Entretanto, o anjo deu uma ordem a respeito do nome que lhe deveria ser dado entre os homens; “... e chamarão seu nome Jesus...” Mt 1:21. Talvez você conheça alguém que se chama Jesus, no entanto, só há um Jesus nascido O Cristo. Jesus foi feito Senhor e Cristo: “A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos)”, At 10:36. Agora você começará a entender Mt 28:19 “... batizando em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”.

  PAI                 FILHO         ESPIRITO SANTO
Senhor              Jesus                    Cristo

Que grande revelação se tem quando se compreende isso; um único Deus em três manifestações: Ele é o Pai, que criou o universo e um corpo para habitar; Ele é o Filho, pois o seu corpo humano foi criado para que Deus se manifestasse aos homens. Ele é o Espírito Santo, pois ele mesmo disse aos discípulos que voltaria em uma outra forma: “O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”. Jo 14:17.

O ESPIRITO SANTO É CRISTO.

Jesus disse: “... e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. Mt 28:20.

Como Jesus está aqui hoje?

Sabe-se que Deus para se manifestar palpável e visivelmente aos homens, teve que preparar um corpo para nele habitar, esta foi sua manifestação como filho, todavia, ele disse que “estaria conosco...” Como então explicar isso, se as pessoas dizem que o Espírito Santo é outra pessoa, outro deus?

Quando Cristo esteve aqui na sua manifestação carnal (humana), ele teve um corpo, e a Bíblia diz que nesta era atual ele possui outro corpo, no qual se manifesta (expressa) ao mundo: “... ora vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular”. I Co. 12:27. Se ele esta na terra e não possui um corpo físico, antes usa a igreja (pessoas), então fica claro que ele está hoje entre os seus em espírito, o corpo físico (glorificado) está no trono (Jo 3:13). Entretanto, o mesmo espírito onipresente está no seu corpo místico; a igreja. At 16:7 diz : “ E quando chegaram a Misia, intentavam ir para Bitinia, mas o espírito de Jesus não lho permitiu”. Esse detalhe não deve ser desprezado; o Espírito de Jesus impediu aos apóstolos irem adiante, entretanto, a Escritura diz: “... há um só corpo e um só espírito”. Ef 4:4. “Ora há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo...”. I Co. 12: 4. Se não há dois espíritos operando nesta era, como está claro nas Escrituras já citadas,se tem que admitir que o Espírito de Jesus é o Espírito Santo em sua forma original que é espírito!


DEUS – ESPÍRITO SANTO, DUAS PESSOAS?

O próprio Cristo enquanto homem (Deus na sua manifestação humana) disse a samaritana: “Deus é espírito”. Jo 4:24.

Com o propósito de se lançar um pouco mais de luz sobre esse assunto, é pertinente atentar para a revelação bíblica, a qual deve ser sempre zelosamente acatada:

Jesus como homem não foi chamado filho de Deus? Mas lê-se na escritura: “Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter concebido do Espírito Santo”. Mt 1:18. Não é Deus o seu pai? Sim é, pois Deus é espírito e um Espírito Santo; doutra forma os Cristãos teriam uma escritura indigna da sua confiança, pois Jesus é chamado (na sua manifestação humana) Filho de Deus, todavia, outro é seu pai. Seria uma grande contradição, e não haveria mais possibilidade de crédito à palavra. Entretanto, fica claro, que o Espírito Santo que estava em Jesus, era nada mais, nada menos, do que Deus em Cristo: “... isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Co. 5:19.

Concluí-se então, que Deus é espírito e que o pai de Jesus é o Espírito Santo. E o pai estava nele, logo, ele é o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Qual é então o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo?

SENHOR       JESUS         CRISTO
   Pai                Filho        Espírito Santo

O pai é o Senhor, o filho é Jesus e o espírito Santo é o Cristo. Por isso ao crer nessa verdade, deve o Cristão buscar logo ser batizado em nome do Senhor Jesus Cristo, conforme Mt 28:19.


Jesus: o mesmo Deus do antigo testamento.


Jeová – Sl. 24:10; Jesus – I Co. 2:8.
Jeová – Ex.3:14; Jesus – Jo 8: 24, Jo 8: 58.
Jeová – Dt. 6:13; Jesus – Mt. 4:10; Jo 9:38.
Jeová – Ex 20:10; Jesus – Mt 12:8.
Jeová – Is. 44:6; Jesus – Ap. 1:17.
Jeová – Sl. 27.1; Jesus – Jo 8:12.
Jeová – Dt. 32:39; Jesus – Jd 4.
Jeová – Ex. 20:3; Jesus – Jo 20:28, II Pe. 1:1, Rm 9:5.
Jeová – Dt. 32:4; Jesus – Jo 14:6.
Jeová – Dt. 6:4; Jesus – Ef. 4:5.

Wanderley Nunes

sábado, 6 de março de 2010

Hermenêutica: Será que Jo.5.39 é uma ordem para que se leia as Escrituras?

A igreja se encontra bebendo em cisternas rotas e desprezando o manancial de águas vivas (Jr. 2.12). Temos inclusive uma análise hermenêutica de Jo. 5.39 digna de ser observada, já que as Escrituras desde o principio advertem a não alterar aquilo que sai dos lábios do Senhor (Dt. 4.2, Ap. 22.19).
Desde muito, o referido texto é usado nos púlpitos, nas praças, e em artigos escritos por pessoas respeitáveis, a fim de referendar a idéia de que Jesus estava aí ordenando a leitura das Escrituras, o que na verdade é um ledo engano, pois nesse versículo o Senhor diz que na verdade eles liam as escrituras, por imaginarem encontrar nelas a vida eterna, e ele (Jesus) a própria vida, se encontrava diante deles e por não possuírem iluminação espiritual, não conseguiam enxergar isso.
Para se chegar a essa conclusão basta observar que o verbo encontra-se na 2ª pessoa do plural do presente indicativo: eu examino, tu examinas, ele (ela) examina, nós examinamos, vós examinais, eles (elas) examinam.
Corroborando essa assertiva, poder-se-ia citar a excelente tradução da NVI para esse texto : “Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito”. Já a versão católica diz: Vós perscrutais (perscrutar = Averiguar minuciosamente; indagar, investigar, sondar) as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim. E vós não quereis vir a mim para que tenhais a vida.., a Basic english axiomaticamente diz: You make search in the holy Writings = vocês pesquisam os escritos sagrados...
Os líderes religiosos do tempo de Cristo não podiam ser acusados de negligenciar os estudos das sagradas letras, todavia podiam ser acusados de quererem ser aceitos e justificados diante de Deus pelo simples fato de serem dedicados nisso. Jesus por sua vez apontou na direção de que eles estavam fazendo um estudo (investigação, busca), o texto grego diz isso, mas sem contar com a ajuda dos céus, o que fez com que eles desprezassem aquele que de lá viera. Que estudemos a palavra do Senhor com mais temor e tremor, pois elas testificam do nosso salvador. Deus em sua Graça continue abençoando seu povo.

Wanderley Nunes.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Batismo apresentado no Novo Testamento

Batismo Introdução:
Aquele que tem sido chamado pelo Senhor, sem dúvida desejará receber o batismo conforme exarado nas escrituras. A fim de que o candidato esteja certo de estar fazendo a perfeita vontade de Deus, é imprescindível que tome o nome revelado de Deus na Nova Aliança (Jo.17.6, 26): Senhor Jesus Cristo; para a confissão e remissão dos pecados (Atos 2: 38). Se faz necessário que o coração desejoso pelo batismo esteja antes de tudo arrependido e disposto a servi-lo (Atos 2: 38; 16: 31).
No batismo o crente recebe “o nome do noivo” e o “atestado de óbito” com relação a esse mundo : “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (II Co.11.2). “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição, sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado” (Rm.6.3,7).
O simples fato de ser batizado nas águas, de modo algum redimirá o homem dos seus pecados, esse é o papel do sangue imaculado do cordeiro (I Jo.1.7). A disposição de abandonar a vida de pecado é fator preponderante para o candidato que anseia ser batizado no precioso nome do Senhor Jesus Cristo. Aquele que não deseja “emendar-se” (At.26.20-na A. R.C)1 dos seus maus caminhos não usufruirá das bençãos advindas do batismo bíblico, pois demonstra com isso imaturidade e sobretudo falta de discernimento espiritual.
O não preocupar-se em ir para as águas batismais sem uma consciência nova como diz o Apóstolo Pedro (I Pe.3.21) com relação a vida que levará de agora em diante, desonra o Senhor da Igreja, que instituiu essa cerimônia que juntamente com a Santa Ceia constituem-se nas duas principais ordenanças para o seu povo na Nova Aliança, podendo tal atitude trazer-lhe sérios problemas de ordem espiritual e física (I Co.11.27,31).
A partir do momento em que há entendimento com relação a responsabilidade que é receber o nome do Deus todo poderoso através do batismo, e procedendo tal atitude de um coração reverente e ansioso em servir a Deus, deve o candidato pedir o seu batismo sem mais demora, o qual será efetuado pelo ministro ordenado pela Igreja em uma cerimônia festiva e reverente. Já que ao tomar conhecimento da vontade de Deus, o que se espera de um servo preocupado com sua fidelidade ao seu Senhor é a obediência a sua palavra. “ ...Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade”(I Pe.1.22), e as Santas Escrituras advertem : “...Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão”(Lc.12.48.).
A Forma do Batismo apresentada pelas Escrituras.
Há pelo menos três formas conhecidas e tradicionais de batismo: aspersão (a água é derramada pelo oficiante com a mão sobre a cabeça do batizando), a afusão. “Afundir” ou “efundir” consiste no derramamento de água sobre o batizando, que alguns, mais rigorosamente, preferem distinguir da “aspersão” (“borrifar”, “salpicar”), chamando atenção para a quantidade de água e método, e a imersão (o batizando é submergido na água).
Li06
batismo com pingod de agua















A Palavra afirma taxativamente que só há um batismo, um Senhor e uma só fé (Ef. 4:5) . O modelo encontrado no Novo Testamento aponta para a imersão, pois tudo parece indicar ter sido o modo pelo qual o Senhor foi batizado e pelo qual os Apóstolos batizaram desde o início. Dois textos aludem á essa ideia . “Batizado Jesus, saiu logo da água...” (Mt 3.16). Em Atos 8:38-39, vê-se Felipe na cerimônia de batismo do eunuco, os versículos afirmam: “...ambos desceram a água, e Felipe batizou o eunuco. Quando saíram da água...” Os termos “saiu” e “saíram da água” parecem indicar de modo inequívoco, conforme demonstrado nos Evangelhos e em Atos que o batismo praticado nessas ocasiões foram por imersão. A ideia Paulina de sepultamento do velho homem registrado em (Rm.6:4), demonstra a confirmação da doutrina bíblica do batismo no que diz respeito a sua forma. Mesmo a análise etimológica da palavra batismo fortalece o pensamento imersionista. O vocábulo grego “Baptizo”, donde se derivou “batismo”, já por si só é uma prova contundente a favor do batismo nas águas por imersão como sendo esse o modo bíblico, Cristão e Apostólico de se batizar os catecúmenos2.
A FÓRMULA BIBLICA DO BATISMO.
Há uma grande controvérsia quanto ao mandamento de Jesus aos seus apóstolos quanto ao batismo registrado em Mt. 28. 19. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo;...”. Há de se observar atentamente que Jesus não estava se dirigindo a qualquer um, mas aos homens escolhidos e designados por ele : “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei...” (Jo.15.16); homens aos quais ele revelou os mistérios : “Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido (Mt.13.11).
Por vezes eles contemplaram a revelação da Divindade, a ponto de um deles exclamar: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo.20:28). O próprio Jesus disse a satanás: “Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”( Mt.10), no entanto, ele mesmo se deixou adorar pelo homem curado da cegueira: “Então, afirmou ele: Creio, Senhor; e o adorou” (Jo.9.38), demonstrando assim sem contradição alguma, ser ele o Deus todo poderoso manifestado em carne.
O registro de Lucas sobre o dia de Pentecostes é muito esclarecedor; enfaticamente diz que todos os presentes no cenáculo ficaram cheios do Espirito Santo (At.2.4). É digno de nota, que a ordem para que eles aguardassem o revestimento do Espirito foi do próprio Jesus: “E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com {com; ou em} água, mas vós sereis batizados com {com; ou em} o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At.1.4,5).
Essas mesmas escrituras dizem que os que detinham a revelação da vontade de Deus eram os profetas; e naqueles dias os apóstolos : “o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito” (Ef.3.5). “Para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos” (II Pe.3.2) .
O Apóstolo Pedro fora o homem designado por Jesus para liderar a sua obra na Igreja que nascia: “Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo.21.17). Esse mesmo Simão Pedro estava liderando o grupo de 120 discípulos, os quais incluía o grupo apostólico e Maria a mãe de Jesus: “Quando ali entraram, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At.1.13,14). Foi justamente esse homem escolhido por Jesus e que na ocasião se encontrava cheio do Espirito Santo, que falou a multidão: “Arrependei-vos, e cada um de vos seja batizado em nome do Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (O mesmo Espírito de Deus que eles  haviam acabado de receber).
Não houve nenhuma palavra contrária por parte dos outros Apóstolos, multidões afluíram á comunhão da Igreja através do batismo: “Então os que lhe aceitaram a palavra foram batizados; havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (At. 2.41). A Igreja Apostólica com a revelação do Espírito Santo cumpriu cabalmente a ordem que Jesus lhes ordenara em Mateus 28:19.
O que deve ficar bem claro é que em Mateus é dada a ordem para se usar o nome e em Atos2.38 é usada a fórmula ou seja , aquilo que deve ser dito ao batizando no momento que se estar efetuando o batismo. Havendo uma crença na fidedignidade da Bíblia como aclarado nas palavras Neotestamentárias que: “Toda Escritura é inspirada por Deus...” (II Timóteo 3:16); logo não há de se observar nela nenhuma contradição, e sim por parte dos homens, falta de iluminação para compreender o que ela revela.
Se o texto for analisado acuradamente e Deus derramar a sua luz, notar-se-á que Atos 2:38 não contraria de modo algum Mateus 28:19. É sensato observar, que o Senhor Jesus disse: “...batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”
O mandamento é batizar usando o nome (singular) do Pai e do Filho e do Espírito Santo. A argumentação Petrina é clara e categórica: “... e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo...”, em perfeita harmonia com toda a Escritura vetero e neotestamentária. Os títulos Pai, Filho, e Espírito Santo referem-se as manifestações maiores de Deus na história da humanidade; ele foi Pai na Criação, Filho na encarnação (Deus só é chamado de filho na encarnação do verbo, antes Ele é o Deus todo poderoso) e Espirito Santo na obra da regeneração.
Ademais, havendo a clara compreensão de que os Apóstolos tinham a revelação do nome de Deus: Senhor Jesus Cristo, conclua-se também que se fosse correto batizar usando títulos, isso é o que não faltaria para que os líderes da Igreja nascente se utilizassem. Eis alguns títulos de Deus no Antigo Testamento :

Nome:
Passagem:
Significado:
Jeová-jireh
Gêneses 22:14
O SENHOR verá (i.e. proverá).
Jeová-rapha
Êxodo 15:26
O SENHOR que cura, sara.
Jeová-nissi
Êxodo 17:15
O SENHOR nossa bandeira (i.e., vitória).
Jeová-m'kaddesh
Êxodo 31:13
O SENHOR que santifica.
Jeová-shalom
Juízes 6:24
O SENHOR nossa paz.
Jeová-sabaoth
I Samuel 1:3
O SENHOR dos Exércitos (Todo-Poderoso).
Jeová-elyon
Salmos 7:17
O SENHOR Altíssimo.
Jeová-raah
Salmo 23:1
O SENHOR meu pastor.
Jeová-hoseenu
Salmo 95:6
O SENHOR que nos criou.
Jeová-tsidkenu
Jeremiah 23:6 O SENHOR Nossa Justiça.
Jeová-shammah Ezekiel 48:35 O SENHOR está presente (Ali)
³
Foi justamente a clareza da doutrina da revelação do nome de Deus que fez com que os santos apóstolos não optassem em momento algum batizar os que se achegavam à Igreja em nenhum dos títulos de Deus, mas no seu nome: Senhor Jesus Cristo. Por esse motivo, no dia de Pentecostes, quase três mil almas tomaram o nome de Deus no batismo, pois este é, conforme o apóstolo Pedro, “O único nome abaixo do céu, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” At. 4. 12.
Felipe batizou no mesmo nome os samaritanos: “...somente haviam sido batizados em nome do Senhor Jesus”. Pedro repetiu a mesma fórmula na casa do centurião Cornélio, At. 10.48, “ordenou que fossem batizados em nome do Senhor Jesus”. “Ordenou” é um vocábulo muito sugestivo nesse texto; Lucas (o escritor do livro de Atos) demonstra fortalecer a ideia de ordem imperiosa dada a um oficial da corte italiana, que bem conhecia o que era uma ordem superior, bem como o perigo de desobedece-la.
O episódio relatado em Atos 19.1-7, é muito significativo no que diz respeito a importância do batismo usando o nome, mesmo para aqueles que uma vez já foram batizados. Para Paulo o apóstolo dos gentios, o maior Evangelista do novo Testamento, o nome revelado de Deus era importantíssimo, por isso, quando alguém era alcançado pelo Evangelho, a primeira atitude Paulina era por sobre esse novo discípulo o Nome do Senhor Jesus Cristo.
A primeira revelação que Paulo recebeu do Senhor foi quanto ao nome do seu Deus, fato esse que marcou sua vida para sempre: “Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, porque me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus a quem tu persegues...” (At. 9.3,5). Aquele outrora perseguidor da Igreja, torna-se agora o seu mais notório defensor e divulgador. Atos 22:16, informa que ele invocou o nome do Senhor ao ser batizado por Ananias.
Há outros testemunhos Bíblicos, os quais atestam de forma inexorável o batismo em nome do Senhor Jesus: “... fomos batizados em nome de Jesus...” (Romanos 6:3); “....Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.(Lc. 24.45,47).
A fórmula trinitarista adotada para o batimo passou a ser utilizada muito tardiamente; vale ressaltar, que quando foi adotada a fórmula trina para o rito batismal, o que antes era a Igreja do Senhor, agora tornara-se: “Igreja Católica Apostólica Romana”, a primeira Denominação, oficializada assim por volta de 321 d.C . A título de informação: A doutrina da trindade foi abraçada pela Denominação Católica no ano de 325 d.C, cerca de 300 anos depois do nascimento da Igreja.
Considerações finais:
O que se pode depreender de tudo que foi apresentado no presente trabalho é que a Igreja Neotestamentária obedeceu de forma absoluta, completa e inequívoca ao mandamento do seu Senhor. O mesmo mandamento é transmitido hoje através da Restauração de palavra que o Deus todo poderoso está imprimindo sobre os seus eleitos nesses dias finais. Portanto, é de suma importância, que todo aquele que deseja agradar ao Senhor procure ser batizado usando a fórmula bíblica correta.
As Escrituras não registram ninguém que tenha sido batizado senão em nome do Senhor Jesus Cristo (fórmula) e por imersão nas águas (modo), logo, conclua-se que batizar nos títulos, usando as palavras, “Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” é uma aberrante herança Católica a qual não foi desconstruída pela Reforma protestante do século XVI.
Quando se usa o mandamento de Jesus em Mateus 28:19 como uma fórmula para o batismo está se repetindo somente a ordem, porém não se está usando o Nome. Os apóstolos ouviram a palavra, receberam a revelação dela e obedeceram a Deus testificando que o batismo nas águas deve ser ministrado em nome do Senhor Jesus.

Wanderley nunes.
1Versão da Bíblia -Almeida Revista e corrigida.
2Aquele que se prepara para o batismo; Aquele que será iniciado em alguma atividade.
3 Bernard K.,David. Vale ressaltar que na tabela original, são atribuidos nomes ao que na verdade são titulos.  

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

ATENÇÃO! CRISTÃOS SEQUESTRADOS HOJE!

  sequestroVivemos uma era de insegurança, onde todos buscam uma via de escape, uma  saída. Essa necessidade de segurança gera um outro tipo de cidadão: o refém do medo. Alguém que em busca de segurança se vê obrigado a viver uma vida reclusa, de um semi-prisioneiro, criador de suas próprias cadeias, a fim de poder manter-se vivo.
Em II Pedro 2:19 diz “... Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.” Do mesmo modo o cristão de hoje é tomado como refém mediante propagandas enganosas; que o fazem, na ânsia de resolver seus problemas financeiros, de saúde, familiar, sentimental, etc..., entrar em toda sorte de campanhas e sacrifícios liderados por pregadores cujo único intuito é impor-lhes a teologia do “toma-lá-dá-cá” do “troca-troca”, conhecida popularmente como “teologia da prosperidade”, distorcendo as escrituras e promovendo o maior dos sequestros - “o sequestro da consciência”, daqueles que pouco, ou nada conhecem da Bíblia - Mateus 22:29, João 8:32.
A igreja de Jesus jamais foi uma empresa. O evangelho para os apóstolos, jamais foi um negócio. Pedro advertiu: “...Farão de vós negócios com palavras fingidas...”, II Pedro 2:3. E Paulo escrevendo a Timóteo disse que muitos , já na sua época, tinham o evangelho como fonte de enriquecimento: “... Homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais”. I Tim. 6:5.
Estes sequestradores da consciência ensinam que o sacrifício de Jesus não foi suficiente e que deve-se continuar sacrificando; quando a Bíblia nos diz que no novo concerto, selado com seu próprio sangue, Jesus cumpriu tudo – Rom. 10:4; Hebreus 10:12-14. E que agora devemos viver pela fé naquilo que ele fez – Rom. 3:24-27; já que somos salvos e justificados pela graça mediante a fé – Efésios 2: 8-9.
Quando voltamos aos sacrifícios transgredimos, pois tornamos a edificar o que Deus destruiu, Gálatas 2: 16-18. Então profanamos e temos por comum o sangue do testamento com que fomos santificados, e ofendemos o Espírito da Graça – Hebreus 10:29.
Prezado amigo, o dízimo nas escrituras é um ato de fidelidade do cristão, não uma mera troca; a oferta um ato de amor de quem deseja contribuir para a expansão do evangelho e não uma negociata com Deus, onde o homem se torna refém e participante de um sistema corrupto e corruptor – fuja desse cativeiro! (Apocalipse 18: 4).
Wanderley nunes.
Entre em contato conosco nos seguintes endereços: Rua São Luiz n° 53 – Estrada do 40 horas – Ananindeua – PA, ou Conjunto água cristal n° 20 – Marambaia – Belém – PA.

sábado, 11 de abril de 2009

Teologia do Nome e Como entender Mateus 28:19

Teologia Do Nome.* A Mensagem restauradora para os últimos dias dá farta ênfase à doutrina do nome de Deus como expressado tanto no Antigo como no Novo Testamento. Para as pessoas dos tempos bíblicos, “o nome é uma parte da pessoa, uma extensão da personalidade do individuo. Especificamente, o nome de Deus representa a revelação da Sua presença, caráter, poder e autoridade. No Antigo Testamento, Yahweh (Jeová) era o título redentor de Deus e o vocábulo singular pelo qual Ele distinguiu-se dos deuses falsos.

Todavia, no Novo Testamento, os que ensinam a Unicidade afirmam que Deus acompanhou a revelação de Si próprio em carne com um novo nome. Este nome é Jesus, que inclui e toma o lugar de Yahweh, pois literalmente significa Yahweh — Salvador, ou Yahweh é Salvação. Apesar de outros levarem o nome Jesus, o Senhor Jesus Cristo é o único que realmente é o que o nome descreve”18. Enquanto os que defendem a trindade vêem o nome Jesus como o nome humano de Deus Filho, os crentes da mensagem restauradora vêem este nome como o nome redentor de Deus no Novo Testamento, que tem o poder e a autoridade que a igreja necessita.

Eles apontam para estas passagens das Escrituras: “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14:14). “E não há salvação em nenhum outro, porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4:1 2). “Por meio de seu nome, todo o que nele crê recebe remissão de pecados” (Atos 10:43). “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira, e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra” (Filipenses 2:9-10). “E tudo o que fizerdes, seja em palavras, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17).

Eles observam que a Igreja Primitiva orava, pregava, ensinava, curava os enfermos, operava milagres, expulsava demônios e batizava no nome de Jesus19. O nome de Jesus não é uma fórmula mágica: ele só tem efeito através da fé em Jesus e de um relacionamento com Ele. todavia, o Cristão deve usar o nome de Jesus falando em oração e no batismo, como uma expressão externa de fé em Jesus e obediência à Palavra de Deus. Apesar de haver diferenças nas palavras exatas ditas em cada relato batismal, todos (inclusive Mateus 28:19) descrevem o mesmo nome: JESUS20.
Como Entender Mateus 28:19 **

1- Quando cristo disse o que está registrado em Mateus 28:19, havia discípulos presentes e obviamente, o que ele disse foi ouvido e entendido pôr eles. 2- Deveriam eles, a partir de então, batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que equivocadamente foi interpretado como três pessoas divinas que misteriosamente formam um único Deus. Em atos 2: 38 vê-se Pedro conclamando seus ouvintes que se arrependam para serem batizados em nome de Jesus cristo, e não em três nomes. 3- Imaginando-se, porém, que Pedro nesta ocasião houvesse esquecido a ordem de Mateus 28:19 e deixado de batizar em nome do Pai, Filho e Espírito Santo... Teria a bíblia outra evidência de como Pedro entendera a última ordem de Jesus? Atos 10: 48 afirma que ele ordenou que Cornélio o os seus, deveriam ser batizados em nome de Jesus.

4- Os que comugam a mesma fé unicista crêem que Pedro deve ter entendido a ordem de Jesus diferentemente do que a maioria dos Cristãos entende hoje. 5- Será que Pedro estava sozinho em seu entendimento? Não! Em atos 8:16 ele e João foram a Samaria e encontraram um grupo que havia sido batizado em nome de Jesus por Felipe. Faltava-lhes apenas receber os dons do Espírito santo, por isso Pedro e João impuseram as mãos e oraram por eles.

6- E o apóstolo Paulo, que segundo as sagradas letras, não recebeu o evangelho de nenhum homem, mas do próprio Cristo (Gálatas 1:12 ), batizava em nome do Pai, Filho e Espírito Santo? Também não! Quando visitou Éfeso, Paulo encontrou irmãos que conheciam apenas o batismo de João batista. Pois bem, Paulo depois de instruí-los, batizou-os somente no nome do Senhor Jesus, depois colocou as mãos sobre eles para que recebessem o Espírito santo e eles falaram em línguas e profetizaram e não se deve esquecer que até Paulo foi batizado em nome do Senhor Jesus Cristo.At.22.16
Será que Jesus cometeu algum equivoco ao ensinar o batismo em seu santo e bendito nome a Paulo? 7- O que está sendo afirmado aqui é que não existe na bíblia qualquer registro de um batismo em nome da trindade. Diante disso, como ressalta a mensagem restauradora, restam três opções apenas: a) Os discípulos se rebelaram contra Jesus e desobedeceram a sua ordem de batizar em nome do Pai, Filho e Espírito Santo; b) Os discípulos entenderam a ordem de um jeito diferente de Mateus 28:19; c) Jesus nunca ordenou que batizassem em nome do pai e do filho e do Espírito Santo.

Diante deste pequeno esboço, está sendo demonstrado que a ordem de Mateus 28:19 foi entendida pêlos discípulos de modo diferente do que hoje defendem os Cristãos, pois todos os discípulos batizavam apenas em nome do Senhor Jesus Cristo. Que Deus revele essas preciosas verdades á sua amada Igreja.

*BERNNARD, David R. A Teologia do nome.Com edição e notas de Wanderley Nunes. ** DE SOUZA, David Fernandes. Como entender Mateus 28:19. Com edição e notas de Wanderley Nunes.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Evangelho da Graça X Os rudimentos da Lei.

JESUS, MINISTRO DA LEI.

“Digo, pois, que Jesus Cristo foi Ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais". Rom. 15:8. “... mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos adoção de filhos”.Gálatas 4:4-5. Trataremos agora de um ponto que gera grande celeuma no meio cristão: O Ministério do Senhor Jesus Cristo antes de sua morte, ascensão e glorificação. Pois tantos há, Ministros da Palavra, como irmãos de uma forma geral, que querem basear seu ministério conforme o ministério terreno do Senhor Jesus; como diz a escritura em Hebreus: “... nos dias da sua carne...”. Hb.5.7.

As Escrituras de Paulo aos Romanos nos falam enfaticamente da necessidade de alguém que pregue a palavra. Todavia, alguém dirá que temos, no meio Cristão, muitos pregadores, alguns de renome mundial. São enviados ao campo missionário todos os dias, centenas, quiçá, milhares de obreiros, entretanto, não é disso que estamos falando. Estamos falando de alguém com a palavra revelada, a mensagem para a última hora. “Como pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram E como ouvirão se não há quem pregue?” Romanos 10:14.

Esta mensagem restauradora que Deus tem enviado, em um momento tão conturbado da história Cristã, em uma era Laodiceiana (Apocalipse 3:15-19), a encontramos bem tipificada em Filipe, e os Cristãos desta era tipificados no Etíope Eunuco. “E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse; Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse”.Atos 8:30-31. O Eunuco era um eleito de Deus, por isso tinha sede da Palavra Revelada, e Filipe tinha a água fresca, potável e incontaminada, daquela hora. É nessa fonte perene e abundante que o convido a beber agora.

Como dissemos a princípio, temos que diferenciar o Jesus homem (nos dias da sua carne), do Deus todo poderoso encarnado no homem Jesus, Colossenses 1:19 e 2:9. Paulo deixou isto bem claro ao escrever aos Romanos: “Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são Israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente, amém”. Romanos 9 : 3-5.

Como homem, “segundo a carne”, Jesus era Judeu, e como Judeu ele era naturalmente observador das leis, ritos e preceitos judaicos. Vejamos um quadro comparativo das observâncias da lei, as quais Cristo cumpriu, desde o seu nascimento, até sua morte expiatória na cruz.

                                         MANDAMENTO DA LEI:                      CUMPRIMENTO EM JESUS:

CIRCUNCISÃO:                       Levítico 12: 3                                                        Lucas 2:21

PARTICIPAÇÃO DA PÁSCOA:  Êxodo 12:24-27             Lucas 2:40-46, Lucas 22:7-8 e I Coríntios 5:7

JEJUM:                              Levítico 16:9 e 23:27 e 29;                               Isaías 58: 3 e 5. Mateus 4:2

VIGÍLIAS:                           Jó 8:5; Provérbios 8:17                                  Lucas 6:12 e Mateus 14:23

O CUMPRIMENTO DE TODA A LEI: Levitico 18:5      Romanos 10:5. Mateus 3:14-15 e Mateus 5:17

Acabamos de ver um quadro que evidencia o lado judaico de Cristo; que como homem era Judeu, porém, como Deus, ele não tem nacionalidade (Romanos 9:5), pois ele é o Todo-Poderoso, que enche os céus e a terra (Jeremias 23: 23-24).

JESUS, SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR.

A lei não permitia que alguém que não fosse da tribo de Levi exercesse o Sacerdócio (Números 8:14 e Números 18:7). Sendo assim, para que Jesus fosse Sacerdote ele teria que ser de uma ordem superior, já que como homem ele era da tribo de Judá, e essa tribo jamais foi chamada a exercer o Sacerdócio: “Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence à outra tribo da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio”. Hebreus 7:13-14.

O Senhor Jesus era Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, Salmos 110:4. Quando Abraão (na ocasião ainda Abrão) retornava da batalha contra os reis que haviam tomado Sodoma e Gomorra, e levado cativo Ló (Gênesis 14:10-12), Deus, então, propôs abençoar Abraão, todavia, não havia na face da terra ninguém espiritualmente superior a ele.

Foi quando se deu um fenômeno, chamado pelos estudiosos de Teofania, que nada mais é do que a manifestação física (materializada) do próprio Deus (Gênesis 14:18-20; Hebreus 7:6-8) que veio para abençoa-lo. Dizemos com ousadia, que era o Senhor manifesto na pessoa de Melquisedeque, pois só o Senhor é Rei de Justiça, rei de Paz, só o Senhor é que não tem pai, nem mãe, nem genealogia, nem princípio nem fim. Hebreus 7: 2-3 e Apocalipse 1: 8,17-18.

O que torna o Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque superior, é o simples fato de ser este constituído por Deus, a fim de exercer uma interseção no Santuário celeste. Todos os Sacerdotes anteriores eram impedidos pela morte de continuar sua ministração, de modo que sempre havia um novo sacerdote para oferecer ofertas e sacrifícios (Hebreus 7:25).

Estes tinham um santuário e uma ministração terrena (Hebreus 9:1), figuras (tipos) das coisas celestiais (Hebreus 8:5), e como o Santuário terrestre era uma figura do celeste, do mesmo modo o sangue de bodes e cordeiros, era figura do sangue do Cordeiro de Deus (Hebreus 9:22-24). Dando tudo isso, uma clara demonstração da fraqueza do Sacerdócio Levítico, com suas leis, ordenanças e estatutos, e a urgente necessidade de mudança do mesmo. “Porque, mudando-se o Sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da Lei”.
Hebreus 8:12. “Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus”.Hebreus 7:19. Vemos então, que Jesus tomou essa honra, pois como Sacerdote, cumpriu todas as exigências da Lei, não tinha pecado, era sem culpa, e podia oferecer sacrifícios e oblações sem mácula (Hebreus 7:26-27).

Na Antiga Aliança o homem era justificado mediante o sangue de um cordeiro, esse não podia ser de forma alguma, uma oferta perfeita a Deus, já que o cordeiro não é semelhante ao homem que, por conseguinte, é a imagem e semelhança de Deus, por isso Deus se fez homem, para levar o homem a Deus através do sacrifício de si mesmo.

“... mas, agora na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”. Hebreus 9:26 b. O Sacrifício de Jesus foi feito na terra; levando a cabo o Ministério da Circuncisão, demonstrado nas palavras: “Está consumado” (João 19:30). Todavia, ele teria que ir aos céus para apresentar-se a si próprio como Cordeiro (João 1:29). Sendo também ele o nosso Sumo-Sacerdote (Hebreus 4: 14-16), por isso, ele não permitiu a Maria Madalena toca-lo (João 20:16-17), pois havia a iminente necessidade de que Jesus se apresentasse no santuário Celeste (Hebreus 9:22-24) e recebesse a glorificação pela obra terminada, profetizada no Salmo 24:7-10.

Concluímos que o Senhor Jesus foi Ministro da circuncisão, entretanto, não foi sacerdote no Templo Israelita, já que ele não era da Tribo de Levi (Hebreus 7:14). O seu Sacerdócio era da ordem superior, estabelecido por Deus e eterno, ou seja, ele teria que cumprir todas as exigências da Lei, tais como circuncisão, oblação de si mesmo, jejuns, vigílias, Sábado, etc... E para selar a perpetuidade e perfeição desse sacrifício, ele teria que imolar-se a si mesmo e depois ressuscitar (João 2:19-21), para que como sumo-Sacerdote, continuasse a interceder por nós (Hebreus 7:25).

“Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a Carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo”. II Coríntios 5:16. PAULO, O PRIMEIRO MENSAGEIRO DA GRAÇA E APÓSTOLO PARA OS GENTIOS. “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo separado para o evangelho de Deus”. Romanos 1:1. “Porque convosco falo, Gentios, que, enquanto for Apóstolo dos Gentios, glorificarei o meu ministério”. Romanos 11:13.

O Senhor foi buscar no próprio Judaísmo o austero e zeloso Saulo, cujo nome significa: Pedido; denotando assim que os seus pais oraram a Deus em busca de um filho homem, o que era de muita importância na religião judaica, para assim perpetuar as suas tradições. Ao ser convertido à fé em Cristo, no caminho de Damasco (Atos 22:6, 15 e 21), adota o nome gentílico, mais precisamente Romano, de Paulo, que quer dizer: pequeno; numa clara demonstração de desprendimento, que é o verdadeiro espírito do Cristianismo.

A mensagem que Paulo trouxe, não era fruto de uma convivência física com os apóstolos, e muito menos com o Senhor, que aliás, ele nem conheceu pessoalmente. Foi sim, o resultado de um chamado de Deus e de seguidas revelações, que punham o seu ministério em um patamar muito superior aos dos outros apóstolos.

“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”. Gálatas 1:11-12. Paulo foi chamado para levar as boas novas (evangelho) aos Gentios. A seu respeito estava profetizado. Isaías 49:6:
“... também te dei para luz dos Gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra”.

E ele próprio discerniu essa profecia, Atos 13: 46-47. Pedro, Tiago e João foram na verdade chamados para anunciar a salvação em Cristo aos Judeus, embora Pedro, a princípio, tenha sido um instrumento do qual Deus se utilizou, para que os Gentios começassem a ouvir a palavra, Atos 15:7, Até que o ministério Gentílico de Paulo se manifestasse: “Antes pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da cincuncisão, esse operou também em mim com eficácia para os Gentios". Gálatas 2:8). “E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a Graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fossemos aos Gentios e eles à circuncisão”. Gálatas 2:9.

“Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos Gentios, na fé e na verdade”. I Timóteo 2:7.

O Apóstolo Paulo entendeu, como nenhum outro apóstolo, a dimensão da palavra “Graça” – O favor imerecido de Deus aos homens. O vemos falando disso no episódio quando repreendeu Pedro, pois este tinha comunhão com os Gentios, todavia, quando aparecia alguém, vindo de Jerusalém da parte do apóstolo Tiago, ele se afastava e evitava até participar das refeições com eles, Gálatas 2:11-18. Para Paulo a Graça era total, era viver a vida da fé. Tito 3:5-7.

Sabemos pelo relato da própria escritura que Paulo: A) Trabalhou mais que os outros apóstolos: “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo”. I Coríntios 15:10. B) Com esse evangelho revelado, Paulo foi o que mais escreveu epístolas, já que tinha muito o que revelar. Foram 13 epístolas, C) Foi quem mais evangelizou: Evangelizou a Ásia em dois anos, Atos 19:10; e parte da Europa, Espanha e Itália (Roma), Romanos 15:28-29. Que fique bem claro em nossas mentes, que o evangelho revelado, como bem profetizou Jesus, em João 16:12, foi dado a Paulo. “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”.

A perfeita vontade de Deus, como vimos a pouco, que o próprio Jesus Cristo, como ministro da lei não pode em hipótese nenhuma falar dela, porém reservou esta missão a Paulo, pois o espírito que desceu sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, atuou em Paulo de forma específica para o pôr como “luz dos Gentios”. “Mas quando vier aquele espírito da verdade, ele vos guiará em toda verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”. João 16:13.

Em nenhum apóstolo estes textos proféticos se harmonizam tão bem, exceto Paulo, usado pelo espírito de Deus não falou de si mesmo, como profeta gentílico, só falou o que recebeu do Senhor e profetizou sobre a corrupção da Igreja no fim dos tempos.

Sim, este precioso mensageiro nos revelou a perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2. “Mas ainda que um anjo do céu, vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. Gálatas 1:8. Sabendo de antemão isso, abracemos a mensagem que Deus deu a Paulo e que está restaurando nesta última fase da Igreja, a mensagem da Graça de Deus.

O JEJUM NO ANTIGO CONCERTO

“E isto vos será por estatuto perpétuo: No sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós”. Levítico 16:29 O jejum no antigo concerto é apresentado como dia de aflição de alma, e na sua primeira citação na Lei, Levítico 16:29, está ligado ao dia da expiação, no Hebraico “Kippurim”, derivado de “Kaphar”, que significa cobrir o pecado mediante um resgate.

O propósito desse dia era purificar os Israelitas dos pecados que porventura não tivessem sido expiados nos sacrifícios anteriores. Levítico 16:30. “Porque, naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o Senhor”. Vemos nesse ato, que o jejum era um sacrifício de destaque no cerimonial da Lei. Quando Jonas anunciou a palavra em Nínive, o rei Ninivita deu ordem para que toda aquela cidade se humilhasse diante de Deus, e isso com Jejum, saco e cinza, Jonas 3:6-10, que era a maior demonstração de tristeza e arrependimento e reconhecimento pelos pecados cometidos, Jó 42:5-6, Ezequiel 27:30-31; Mateus 11:21.

Davi também se aproximou de Deus com Jejum para que seu filho, fruto do adultério com Bate-Seba, mulher de Urias, fosse poupado. Logo, vemos que no antigo concerto, quando alguém queria demonstrar o seu arrependimento e/ou receber algum favor de Deus, jejuava. As escrituras deixam patente a estreita ligação do jejum com a lei: a) Quando Moisés foi ao monte receber a lei, jejuou quarenta dias; isso indicava todo o sacrifício que a Lei exigiria, a fim de que cumprindo os seus preceitos, mandamentos e ordenanças o homem vivesse, Levítico 18:5. b) Esdras apregoou um Jejum logo após nomear os Netinins (Levitas servidores ou servidores do templo), para ajudarem no Ministério do Tabernáculo, e para pedirem socorro contra os inimigos. Esdras 20:24. c) Em Neemias 9:1-3, vemos também o jejum em consonância com a prática da leitura da Lei.

Havia outras ocasiões em que era prescrito o jejum, pois como era um sacrifício da Lei e dia de “aflição de alma”, Levítico 23:27 e 29, estava sempre ligado a dor e humilhação. Por isso era o jejum usado como demonstração de luto e pesar pela perda de alguém querido, como foi no episódio da morte de Saul, I Samuel 31:7-13; II Samuel 1:10-12. Também era usado para demonstrar tristeza e desapontamento como no caso de Jônatas, ao ver a tamanha perseguição que seu pai empreendia contra Davi, I Samuel 20:32-34. Neemias também jejuou ao saber do estado lastimável do seu povo e da cidade de Jerusalém, Neemias 1:1-4.

O NOVO CONCERTO E O JEJUM

“Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: podem, porventura, andar triste os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. Mateus 9:14-15.

Quando interrogado do por quê dos seus discípulos não jejuarem, Jesus responde com uma ilustração sobre o casamento em Israel nos seus dias. “Os filhos das bodas” eram os amigos mais queridos do noivo, que estavam se congratulando com ele no seu banquete festivo, até o momento em que ele era “tirado” dos filhos das bodas, para se preparar para o encontro com a noiva. Quando isso acontecia era declarado o fim da festa, cessavam o comer e o beber. Da mesma forma quando ele fosse “tirado” cessaria o gozo, a alegria, e haveria a necessidade do Jejum.

Todavia, fica a pergunta: Quando isso aconteceria? A palavra “tirado” no original tem o mesmo sentido de “cortado”, “arrancado” , como falando de uma árvore e é o mesmo termo usado por Isaías, quando chama Jesus de “raiz de uma terra seca” e diz enfaticamente que sua vida foi tirada e cortada da terra, Isaías 53: 2 e 8.

Daniel é ainda mais incisivo ao profetizar a sua morte dizendo que seria “tirado” ou seja, arrancado à força o Messias, Daniel 9:26. O próprio Senhor se intitula “videira verdadeira”, João 15:1, logo, esse termo “tirado” não fala da ida de Jesus aos céus, mas da sua morte.

A PALAVRA REVELADA

O Senhor depois de ressuscitado, antes de ascender aos céus, fez uma promessa aos discípulos: “... E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, Amém”.Mateus 28:20.

O apóstolo João, que dentre os da Igreja Judaica era o que mais possuía discernimento, nos traz uma luz maior quanto à comunhão do Espírito do Senhor com os eleitos. “O espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. “Naquele dia, conhecereis que estou em meu pai, e vós, em mim, e eu, em vós”. João 14:17 e 20.

E assim como havia prometido, o Senhor cumpriu a sua palavra voltando em espírito para habitar na sua Igreja, Atos 2:1-4. No dia de Pentecostes o Espírito Santo, que é o próprio Espírito de Cristo, Atos 16:7, I Coríntios 12:6, foi derramado, instituindo a Igreja como o seu corpo na terra, I Coríntios 12:12-13 e 27. Assim sendo, fica claro que quando Jesus estava com seus discípulos eles não precisavam jejuar, muito menos agora, na Nova Aliança, quando o Senhor habita em nós.

Como filhos do Novo Concerto, são muitos os privilégios que temos: Somos templo do Espírito Santo. I Coríntios 3:16-17; I Coríntios 6:19; Reinamos em vida com Cristo Romanos 5:17; Romanos 8:10-11; Estamos assentados em lugares celestiais, significando isso, que somos autoridade e vencemos todo o mal Efésios 2:6; Não necessitamos de que um intercessor, Sacerdote, Bispo, Padre, Pastor, vá a Deus por nós, pois somos os verdadeiros Sacerdotes do Senhor, a nação eleita e santificada por Deus. Colossenses 1: 13 e 21-23.

Em suma, quando Jesus estava aqui, em carne, os seus discípulos não jejuavam, pois ele estava com eles. Na Nova Aliança, que por sinal, é muito superior a antiga, Hebreus 8-6, Jesus não está conosco, mas em nós. I João 4:4. De sorte que ele estando em nós, não temos falta de nada, II Pedro 1:3, pois ele é tudo em todos. Efésios 1:23. Glorificamos a Deus por esta exposição. Esperamos que ela tenha trazido esclarecimento a você, concernente ao Jejum e os rudimentos da Lei, como elementos obsoletos na Nova Aliança.

PALAVRA AO LEITOR.

Sabemos o quão difícil é, sairmos das tradições religiosas e abraçarmos a Mensagem da última hora, que vai claramente de encontro a todo sistema religioso vigente. Foi assim com o mensageiro que anunciou a primeira vinda do Senhor, João Batista, ele não veio de nenhum dos grupos religiosos da sua época, ao contrário era contra eles: Saduceus, Fariseus, Essênios, Zelotes... Eles também não o reconheceram e não o receberam, mas nem por isso ele deixou de ser o que Deus disse que ele seria (Lucas 1:76), um profeta com uma mensagem para pôr os escolhidos de Deus em sintonia com o projeto de Deus para a era.

As Escrituras dizem que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e ele tem uma mensagem a qual tem confiado a sua Igreja hoje e fez com que uma pequena parcela dela chegasse as suas privilegiadas mãos. Peço-lhe que medite, pois Jesus ao terminar de explicar sobre o motivo dos seus discípulos (ainda no antigo concerto, antes da sua morte, ressurreição e glorificação) não jejuarem, falou do Novo Concerto que viria, e disse que “ninguém põe o vinho novo (o Novo Concerto) em odres velhos (mentes presas aos rudimentos da Antiga Aliança: Jejuns, vigílias, Dias de Guarda, abstinência de certos alimentos, etc...), pois o vinho novo não acharia lugar nos odres velhos (mentes presas à lei e seus rituais)”.

Todavia, para se receber plenamente o Novo Concerto, não como o sistema religioso dos nossos dias, que vive apenas uma “meia Graça”, mas sim a Graça total, seriam necessários “odres novos”; mentes que se desvencilharam, jogaram fora o odre do velho concerto, com seus sacrifícios e jugos, pois o Senhor deu um aviso profético, quando disse nas palavras do capítulo 5, verso 39 de Lucas, que todos os que de alguma maneira, provaram do Antigo Concerto (vinho velho) com seus rituais e sacrifícios, ainda impostos pelo atual sistema religioso; de modo algum desejariam trocar a sua justificação própria, pelo vinho novo da Graça de Deus.

Entretanto, o eleito de Deus, sua ovelha, ao ouvir a trombeta que anuncia tal mensagem, buscará o aprisco, o qual tem pastos verdejantes e água fresca para saciar verdadeiramente sua alma. Que Deus continue abençoando.

Este texto é um resumo das conferências proferidas por Wanderley Nunes, em Belém do Pará, nos dias 20 e 21 de março de 2004.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

MEDITAÇÃO EM JEREMIAS 23.1-4, 9-32. Um alerta para os nossos dias.



1 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! -diz o SENHOR. 2 Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o SENHOR.

3 Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; serão fecundas e se multiplicarão.

4 Levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e elas jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o SENHOR. Jeremias 23.1-4.

O texto se inicia com uma ameaça aos pastores que “destroem” e “dispersam” as ovelhas do Senhor: “Ai dos pastores” (v.1). No versículo 2 é declarado com detalhe os motivos pelos quais o Senhor está contra os pastores (líderes) do povo, três são as acusações divinas: “Vós dispersastes, as afugentastes e delas não cuidastes”.
No verso 3 é citado “o restante” das ovelhas do Senhor, que ele próprio disse “recolheria” e elas seriam “fecundas” e seriam “multiplicadas”, por fim, no versículo 4 diz que “levantará” pastores que as apascentem.

Seguem-se então três sentenças sobre as ovelhas verdadeiramente pastoreadas: 1- Elas não terão mais temor. 2- Não mais se espantarão. 3- Nenhuma ovelha faltará.
Aplicação. Sabe-se que os pastores aqui são os profetas, sacerdotes e príncipes dentre o povo (Jr. 5.31), entretanto se diz no versículo primeiro que em lugar de edificarem esses líderes estavam destruindo, ou seja, apascentando de modo contrário às ordenanças do Senhor, como se pode ver também em Ez. 34.3-4.

Sem o devido cuidado e alimento, o resultado é destruição e dispersão – leia-se fraqueza e insegurança - as ovelhas são levadas “por todo vento de doutrina” Ef.4.14, tornando-se presas fáceis de Satanás.

Há um detalhe importante a ser considerado, as ovelhas são do Senhor (v.1-3) e há um remanescente que será reconduzido ao divino aprisco (Jo.10.27, 28). Outro detalhe curioso é que as “ovelhas do Senhor” são “afugentadas”, ou seja, fogem desse tipo de apascentador, mais uma vez, poder-se-ia reportar a um dito de Jesus quando menciona que suas ovelhas não ouvirão o estranho, todavia sabem reconhecer a voz do seu pastor (Jo.10.4-5).

A título de curiosidade, nota-se que no versículo 1, quando o Senhor fala de destruição das ovelhas, de um modo generalizado não as chama de “minhas ovelhas” mas apenas que estão no “seu pasto”, no entanto, quando fala em recolher no seu aprisco “o remanescente”, o termo é aplicado (v.3).

Algo importante a ser dito nestes tempos de “estratégia de crescimento de igrejas” é que o Senhor falou através do profeta que o seu povo é fecundo e que se multiplica (v. 3 ARA), como pelo mesmo espírito falaram Lucas e Paulo respectivamente; “...acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At.2.47); “...mas o crescimento veio de Deus.” (I Co. 3.6).
Outro fator importante a ser exposto, é que se Deus tem o seu povo (ovelhas) há de ter líderes (pastores) levantados por ele (v.4). Paulo diz que os ministérios para o amadurecimento (crescimento) da Igreja são outorgados pelo próprio Senhor (Ef. 4. 11 e 12).
9 Acerca dos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como homem embriagado e como homem vencido pelo vinho, por causa do SENHOR e por causa das suas santas palavras. 10 Porque a terra está cheia de adúlteros e chora por causa da maldição divina; os pastos do deserto se secam; pois a carreira dos adúlteros é má, e a sua força não é reta.

11 Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. 12 Portanto, o caminho deles será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles calamidade, o ano mesmo em que os castigarei, diz o SENHOR. 13 Nos profetas de Samaria bem vi eu loucura; profetizavam da parte de Baal e faziam errar o meu povo de Israel.
14 Mas nos profetas de Jerusalém vejo coisa horrenda; cometem adultérios, andam com falsidade e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam cada um da sua maldade; todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os moradores de Jerusalém, como Gomorra. 15 Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que os alimentarei com absinto e lhes darei a beber água venenosa; porque dos profetas de Jerusalém se derramou a impiedade sobre toda a terra.

16 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR. 17 Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração dizem: Não virá mal sobre vós.

18 Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ela atendeu? 19 Eis a tempestade do SENHOR! O furor saiu, e um redemoinho tempestuou sobre a cabeça dos perversos. 20 Não se desviará a ira do SENHOR, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias, entendereis isso claramente. 21 Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram.

22 Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações. 23 Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o SENHOR, e não também de longe? 24 Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? -diz o SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? -diz o SENHOR.

25 Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. 26 Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração? 27 Os quais cuidam em fazer que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal.

28 O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? -diz o SENHOR. 29 Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha? 30 Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro.

31 Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse. 32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e com as suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o SENHOR.

Jeremias 23. 9-32 Comentário. No versículo 11 se diz que os dois principais líderes, o profeta (aquele que recebia os oráculos do Senhor) e o Sacerdote (aquele que intercedia e sacrificava em prol do povo) haviam se contaminado. As más ações deles não se restringiam unicamente à conduta pessoal, o que já seria motivo de disciplina por parte do Senhor, entretanto tal contaminação era extensiva “a casa do Senhor”, ou mais claramente, se refletia no culto ou na forma dele.

No versículo 13 é dito que há problemas em todos os profetas: os de Samaria profetizavam da parte de “Baal deus da fertilidade, da chuva e da vegetação, a adoração a esse deus incluía a prostituição cultual e os sacrifícios de crianças”[1]. “Os rituais (cultos) eram realizados com muita pompa e cerimônias, havendo oferta dos produtos da natureza, incenso e holocaustos (Os.2.8, Je.19.5)”.[2] Quanto aos profetas de Jerusalém, é dito que são adúlteros, falsos (hipócritas) e apóiam os pecados alheios (v.14).
Prossegue o Senhor dizendo que o juízo virá sobre tais profetas, pois a partir deles (ou através dos seus ensinos) veio a impiedade sobre toda a terra. Esses profetas enchiam o povo de esperanças fictícias, pois falavam de si mesmos (v.16), não apontavam o pecado do povo, antes corroboravam as ações destes com palavras que confortavam os seus já duros corações.

No verso 22 é apontado o motivo pelo qual os profetas erraram e fizeram o povo errar: é que não se puseram a auscultar a perfeita vontade de Deus. Há algo digno de nota que é mencionado no versículo 28, parece que os profetas estavam pondo os seus sonhos e visões acima dos oráculos divinos, tais sonhos e visões comparados com a palavra do Senhor são como palha, enquanto a palavra de Deus é tida como trigo.

Outro fator importante é que os profetas furtavam as palavras do Senhor, ou seja, usavam os mesmos termos e expressões que o Senhor punha nos lábios dos seus genuínos profetas, com intuito de convencer o povo da veracidade das suas palavras. No versículo 32, de forma enfática, o Senhor diz que é contra os profetas que contam sonhos mentirosos, levando o povo ao engano.


A despeito da “alegria” e empolgação momentânea que trazem os sonhos e profecias meramente humanas, é dito a respeito deles que não são de nenhum proveito aos que os ouvem. Aplicação.
O Verso 11 diz que os líderes foram contaminados e que isso se refletia no culto que era prestado ao Senhor, ação esta que o oráculo divino chamou de “maldade”. Menciona-se logo em seguida os profetas de Samaria chamados de “loucos” por suas práticas. Percebe-se que a teologia deles advinha de uma influência da religião de Baal, onde a busca pela prosperidade os fazia praticar atos contrários a vontade revelada de Deus.

Quanto aos profetas de Jerusalém, “adúlteros”, “hipócritas” e “coniventes com os pecados alheios”, parecem refletir uma conjuntura de práticas dos dias atuais, quando os pregadores estão em busca “só do que é seu e não do que é do Senhor” (Fp.2.21).
A partir desses pregadores é que esses ensinos e práticas, chamados por Deus de “impiedade” chegaram a todo meio cristão, todavia a exortação do Senhor é que o seu povo não dê ouvido a estes profetas, pois os tais profetizam ilusões, pensamentos positivos, auto-motivação, mas nunca a genuína palavra de Deus, e assim como os profetas da época de Jeremias, esses profetas não combatem o pecado, antes o corroboram.

Algo a ser destacado no verso 28 é que o texto diz que aquele que “teve um sonho conte o sonho” (ARC), ou o “profeta que tem sonhos conte-o como apenas sonho” (ARA), em contraste com aquele em quem está a palavra do Senhor (o profeta) e que deve pregá-la integralmente; subentendida na expressão “com verdade”.
É tão forte esta afirmação que parece o Senhor comparar sua palavra com o trigo (alimento humano) e o sonho e qualquer outro tipo de revelação, embora verídica, com a palha, que na época de Jeremias era utilizada para “alimentar o gado, fabricar tijolos e como combustível nos fornos de pão”.[3] Talvez seja essa última, a aplicação no texto em questão.

Pode-se obter mais luz quanto a essa idéia explicitada em Jeremias 23.28, observando-se o que diz Números 12.6-8, que aponta que Deus pode dar visões e sonhos, entretanto nada é maior que os oráculos do Senhor, revelados aos seus profetas escolhidos para expô-los.

Há de se extrair de tais afirmações o que está ratificado em Ef.4.11-12 e I Co. 12.28; Deus sempre teve seus ministros, enviados para trazer a instrução puramente divina, em conformidade com a vontade do Senhor. A Pregação hodierna parece eivada de conhecimentos puramente humanos e estratégias que buscam atender o egoísmo do homem ligado só as coisas terrenas (Cl. 3.1,2), pois como disse o Senhor através de Jeremias “não há proveito nenhum nos ensinamentos de tais profetas” (Jr.23.32).

Wanderley Nunes

[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 388[1] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.52. “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara” Mt.9.38. BIBLIOGRAFIA Bíblia - Almeida Revista e Atualizada. 2ª Edição, 1995. Bíblia de Estudo Pentecostal - Almeida Revista e Corrigida. 2ª Edição, 1995. BUCKLAND A. R. Dicionário Bíblico Universal. Edição Vida Nova, 1981, São Paulo. [1] Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 388 [2] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.52. [3] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.322.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Equívoco da Denominação.


Para compreendermos o assunto a ser tratado, é necessário que através da revelação divina saibamos quando saímos dos trilhos, voltando assim á raiz do problema; ao começo. É justamente o que significa Gênesis: origem, começo. Agora vejamos esta raiz denominacional: Um dos filhos de Cão (filho de Noé) foi Cuse, o qual gerou Ninrode - Gen. 10: 6 e 8. O nome Ninrode significa REBELDE. Diz a escritura que seu reinado iniciou-se em BABEL, Gen:10:10, que por sua vez significa CONFUSÃO. Agora atente para isso; rebeldia é ir de encontro a um sistema ou lei estabelecida, e este foi também um dos pecados de Lúcifer- Isaías:14:13-14. Lúcifer queria ser Deus, e isso se harmoniza muito bem com a história que ainda hoje é forte entre os árabes; eles atribuem a Ninrode todas as grandes obras públicas da antiguidade.

Ninrode é identificado pelos historiadores como o herói que se chamava GILGAMÉS, cuja lenda diz que ele era meio homem, meio Deus. Vê você o mesmo espírito maligno, querendo ser Deus? Ninrode (GILGAMÉS) reinou em Sinar (BABEL) e deixou uma forte influência, ao ponto de levar o povo de Sinar (BABEL) a construir uma torre e um nome para si - Gen:11; 1-4. Vemos aqui súditos de Ninrode (REBELDE); lembre-se que Sinar (BABEL) foi a capital do reinado de Ninrode (REBELDE), logo os habitantes dessa região, eram de alguma maneira seus súditos. E isso concorda com II Pedro 2:19 “...Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo”.

O povo de Sinar (BABEL) edificou uma torre; eles não queriam a unidade, queriam ser separados dos seus irmãos vizinhos; com isso esqueceram-se que estavam fora da vontade de Deus. Eles queriam a primazia, queriam um nome que os distinguissem dos outros - Gen.11:4, por isso Deus os pós em CONFUSÃO, e os espalhou. Cumprindo-se porém, a palavra de Noé, o profeta de Deus, da descendência de Sem, Gen:9: 26 e 11: 10 e 27, o Senhor levantaria o pai da fé (ABRAÃO), a descedência do qual herdaria a terra de Cão (CANAÃ) -Gen:12:5-7. Agora atente para este detalhe: Abraão estava no meio da CONFUSÃO, mas Deus o elegeu e o chamou, e veja, ele saiu desse meio - Gen:12:1. Deus falou com o seu profeta (ABRAÃO) Gen.18:17 e Gen. 20:7.

Ficou bem evidente que de um meio religioso e com vários tipos de adoração, Deus escolheu e tirou para fora dessa Babel a Abraão; lembre-se Gênesis é o começo. Com os olhos espirituais, olhemos para o livro de Apocalipse que é o cumprimento de toda profecia Bíblica. A Igreja, a partir do ano 313 A.D. começa a ter a paz e logo, une–se ao império romano, torna-se rica e ao longo dos tempos segue desviando-se da fé apostólica: 1)Tornou-se poderosa política e financeiramente; ela é aquela que está assentada sobre as muitas águas -Apoc: 17:1 e 15, ou seja, tem muitos adeptos. 2)Faz alianças com o mundo - Apoc:17: 2, ela dá o seu vinho (influência), em troca recebe dinheiro e poder político. 3)Torna-se riquíssima e no ano 380 A.D. denomina-se: Igreja Católica (significa: Universal) Apostólica Romana, reconhecida então como “A única verdadeira igreja de Cristo”.

Estava erguida a torre, e posto o nome da “BABEL” dos nossos dias. - Gen.11: 4, Apoc.17:5. E ao denominar-se, por influência dos “Ninrodes” Constantino em 313, e Teodósio 380 A.D. (Imperadores), a igreja apartou-se da fé original; de organismo de Cristo (Corpo de Cristo - I Cor.12:27), passou a organização humana, onde o homem está assentado como Deus - II Tess.2:3-4; rejeitou assim o nome de Cristo e sofrer por ele - II Tim.3:12. Foi revelado a João que ela não tinha o nome do cordeiro (Cristo), mas Babilônia (CONFUSÃO, MISTURA) é o seu nome -. Apoc.17:5. Conforme Apoc. 17:5 a grande prostituta, a primeira a denominar-se e organizar-se, tem filhas e suas filhas têm algumas das suas características.

Caro amigo, a noiva do cordeiro não tem sobrenome. Ela possui apenas o nome completo do seu Deus: Senhor Jesus Cristo – Apoc.14:1, já que ela é o seu corpo. Assim como você não pode ter sua cabeça no corpo de outra pessoa, também a cabeça (Cristo- Efésios:5:23) não aceita outro nome para o seu próprio corpo. O meu corpo é parte integrante da minha cabeça, e por isso tem meu nome. E assim também é Cristo e a igreja. Esse é o tempo em que Deus está chamando para fora de toda essa confusão o seu povo (Apoc.18:3-4). Medite nisso.

Wanderley Nunes.

Esta literatura é um resumo, com algumas notas adicionais, da mensagem ”O equívoco da denominação”. Gravada em audio, por Wanderley Nunes em 1998.
Somos uma Missão Cristã Mundial de Restauração.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

SIMONIA: COMPRANDO AS BÊNÇÃOS DE DEUS.

Em Atos 8:9-24, vemos um episódio que nos chama a atenção e nos convida a meditar em algo que está acontecendo hoje: A Simonia, que é nada mais nada menos, que o ato de pagar para obter dons e bênçãos divinas, sejam elas espirituais ou materiais: saúde, prosperidade, um lar feliz, vida sentimental, vida financeira e etc. Essa prática leva o nome daquele que antes era um renomado mágico em Samaria, respeitado e temido por todo o povo daquela cidade, que acreditavam ser ele uma grande personagem, a própria “virtude de Deus”. Atos 8:9-11.

Esse homem ao ver os sinais e os milagres que Filipe fazia em nome do Senhor Jesus, creu, e logo, sem impedimento algum, foi batizado (verso 13) e ficou em companhia de Filipe, admirado pelas grandes coisas que via da parte de Deus. Filipe, tendo em vista o grande ministério de Pedro e João, que era de impor as mãos sobre os novos convertidos, de modo que falavam línguas e profetizavam, tendo já realizado a obra de um genuíno evangelista, recorre aos dois apóstolos que estavam em Jerusalém.

Chegando a Samaria, Pedro e João oraram e os samaritanos foram agraciados com os maravilhosos dons celestiais; Simão (o ex - mágico) ao ver tais coisas desejou obter esses mesmos poderes a custa de dinheiro, no que foi duramente rechaçado pelo apóstolo Pedro, veja: “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos, era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro, tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus”. Atos 8:18-21.

Alguns séculos se passaram, a igreja se organizou, e tornou-se uma denominação: “Católica Apostólica Romana”, em 380 A. D; a primeira denominação, a primeira a unir-se ao Estado e a ter interesses não mais estritamente espirituais. Com o advento do poder político, a igreja nessa época passou a construir grandes templos e catedrais, inspiradas pelos grandes templos pagãos de Roma e da Grécia, um dos quais o da deusa Diana dos Efésios, mencionado em Atos 19:27. Por volta do século XVI (dezesseis), a igreja já se encontrava totalmente corrompida.

Um Clero completamente comprometido com interesses mundanos, escândalos sexuais, vícios e aberrações de toda sorte faziam parte da rotina da igreja. Como se não bastasse tudo isso, para sustentar os seus extravagantes gastos, como também o seu “fabuloso” projeto de construir a catedral de São Pedro, a igreja passa a valer-se dos mais variados artifícios para arrecadar dinheiro: venda de água benta, relíquias (peças de roupas e até ossos dos supostos santos), orações, bênçãos das mais variadas tinham seu preço.

Nessa época de total escuridão espiritual, como se não bastasse tudo isso, surgiu o principal objeto de venda, o qual desencadeou a manifestação de Lutero contra tudo isso, dando inicio a Reforma Protestante: a venda das indulgências. A igreja vendia todo o tipo de indulgência (perdão dos pecados). O chamado “cristão” tinha agora sua vida livre dos compromissos de um cristão ortodoxo (comum). Como se não fosse o bastante “pagar o preço” pelas “bênçãos”, o povo agora era induzido, ou porque não dizer, seduzido pelo Clero Romano, a pagar para obter o perdão dos pecados.

Logo após a Reforma Protestante, a igreja romana passou a rever alguns dos seus conceitos e dogmas e assim, passou ela própria a condenar a compra de benefícios espirituais efetuadas pelo povo, taxando de “Simonitas” aqueles que compravam as bênçãos de Deus. Caro amigo e/ou irmão, em Apocalipse 17:5 é apresentada a igreja Romana (Católica) como a “mãe das prostituições e abominações da terra”. Ela é chamada de Babilônia, nome que significa confusão e/ou mistura. Sabemos que se alguém é mãe, é porque tem filhas, e as filhas têm características da mãe, ou seja, usam algumas doutrinas e ensinamentos da “grande mãe”.

O curioso de tudo isso, é que o que a mãe (Católica) reviu e condenou, há alguns séculos, por achar um absurdo e uma exploração, foi agora tomado como doutrina por algumas de suas "filhas” (sitema religioso atual). Como Balaão “ensinam o povo a errar”, pois “amam o prêmio da injustiça” (engano), II Pedro 2:14-15 e Judas 11. Vendem o evangelho, são Balaítas, (pregam por amor ao dinheiro). E aqueles que “seduzidos” por suas propagandas no rádio e na televisão, vão aos seus templos e fazem todo o tipo de sacrifícios, e que fique bem claro, sacrifícios financeiros, estão em pecado diante de Deus, pois são simonitas.

As palavras de Pedro ecoam em nossos dias através das escrituras “... tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade, e ora a Deus...” Atos 8:21-22.

Prezado amigo, você não precisa de penitências e sacrifício de nenhum tipo para obter as bênçãos de Deus; Cristo pagou o preço de sangue, para que você tenha acesso a Deus pela fé em seu nome. Pagar e fazer sacrifícios é voltar aquilo que Cristo aboliu na cruz; é retornar ao Romanismo pagão (Catolicismo). A palavra de Deus nos relata que as curas e a salvação são dons, e dons são presentes de Deus, cujo único preço é a fé. I Cor 12: 4, 8-10; Heb 11:6 e Ef 2:8-9 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Eis o único sacrifício agradável a Deus: a obediência à sua palavra. “Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifício, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura dos carneiros.” I Samuel 15:22. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda este é o que me ama...” João 14:21. Coloque-se nas mãos de Deus para servi-lo, como um verdadeiro servo seu, já que nas escrituras as promessas são para os servos autênticos, que buscam a vontade de Deus.


Qual o preço? O sangue de Cristo. Qual o seu dever? Fazer a vontade de Deus. “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará”. Salmos 37:4-5. Leia também: I Pedro 1:18-25; I Coríntios 6:20 e Tiago 4: 2-10.

Prezado leitor, se você tem participado de “campanhas”, “correntes” e coisas desse gênero, buscando coisas matérias e pagando por isso, saiba que até hoje você tem incorrido em pecado diante de Deus. Deixe a Simonia, se entregue a Jesus Cristo e seja um vitorioso em seu nome. “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33.

Wanderley Nunes