sexta-feira, 31 de outubro de 2008

MEDITAÇÃO EM JEREMIAS 23.1-4, 9-32. Um alerta para os nossos dias.



1 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! -diz o SENHOR. 2 Portanto, assim diz o SENHOR, o Deus de Israel, contra os pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; mas eu cuidarei em vos castigar a maldade das vossas ações, diz o SENHOR.

3 Eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; serão fecundas e se multiplicarão.

4 Levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e elas jamais temerão, nem se espantarão; nem uma delas faltará, diz o SENHOR. Jeremias 23.1-4.

O texto se inicia com uma ameaça aos pastores que “destroem” e “dispersam” as ovelhas do Senhor: “Ai dos pastores” (v.1). No versículo 2 é declarado com detalhe os motivos pelos quais o Senhor está contra os pastores (líderes) do povo, três são as acusações divinas: “Vós dispersastes, as afugentastes e delas não cuidastes”.
No verso 3 é citado “o restante” das ovelhas do Senhor, que ele próprio disse “recolheria” e elas seriam “fecundas” e seriam “multiplicadas”, por fim, no versículo 4 diz que “levantará” pastores que as apascentem.

Seguem-se então três sentenças sobre as ovelhas verdadeiramente pastoreadas: 1- Elas não terão mais temor. 2- Não mais se espantarão. 3- Nenhuma ovelha faltará.
Aplicação. Sabe-se que os pastores aqui são os profetas, sacerdotes e príncipes dentre o povo (Jr. 5.31), entretanto se diz no versículo primeiro que em lugar de edificarem esses líderes estavam destruindo, ou seja, apascentando de modo contrário às ordenanças do Senhor, como se pode ver também em Ez. 34.3-4.

Sem o devido cuidado e alimento, o resultado é destruição e dispersão – leia-se fraqueza e insegurança - as ovelhas são levadas “por todo vento de doutrina” Ef.4.14, tornando-se presas fáceis de Satanás.

Há um detalhe importante a ser considerado, as ovelhas são do Senhor (v.1-3) e há um remanescente que será reconduzido ao divino aprisco (Jo.10.27, 28). Outro detalhe curioso é que as “ovelhas do Senhor” são “afugentadas”, ou seja, fogem desse tipo de apascentador, mais uma vez, poder-se-ia reportar a um dito de Jesus quando menciona que suas ovelhas não ouvirão o estranho, todavia sabem reconhecer a voz do seu pastor (Jo.10.4-5).

A título de curiosidade, nota-se que no versículo 1, quando o Senhor fala de destruição das ovelhas, de um modo generalizado não as chama de “minhas ovelhas” mas apenas que estão no “seu pasto”, no entanto, quando fala em recolher no seu aprisco “o remanescente”, o termo é aplicado (v.3).

Algo importante a ser dito nestes tempos de “estratégia de crescimento de igrejas” é que o Senhor falou através do profeta que o seu povo é fecundo e que se multiplica (v. 3 ARA), como pelo mesmo espírito falaram Lucas e Paulo respectivamente; “...acrescentava o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (At.2.47); “...mas o crescimento veio de Deus.” (I Co. 3.6).
Outro fator importante a ser exposto, é que se Deus tem o seu povo (ovelhas) há de ter líderes (pastores) levantados por ele (v.4). Paulo diz que os ministérios para o amadurecimento (crescimento) da Igreja são outorgados pelo próprio Senhor (Ef. 4. 11 e 12).
9 Acerca dos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim; todos os meus ossos estremecem; sou como homem embriagado e como homem vencido pelo vinho, por causa do SENHOR e por causa das suas santas palavras. 10 Porque a terra está cheia de adúlteros e chora por causa da maldição divina; os pastos do deserto se secam; pois a carreira dos adúlteros é má, e a sua força não é reta.

11 Pois estão contaminados, tanto o profeta como o sacerdote; até na minha casa achei a sua maldade, diz o SENHOR. 12 Portanto, o caminho deles será como lugares escorregadios na escuridão; serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles calamidade, o ano mesmo em que os castigarei, diz o SENHOR. 13 Nos profetas de Samaria bem vi eu loucura; profetizavam da parte de Baal e faziam errar o meu povo de Israel.
14 Mas nos profetas de Jerusalém vejo coisa horrenda; cometem adultérios, andam com falsidade e fortalecem as mãos dos malfeitores, para que não se convertam cada um da sua maldade; todos eles se tornaram para mim como Sodoma, e os moradores de Jerusalém, como Gomorra. 15 Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que os alimentarei com absinto e lhes darei a beber água venenosa; porque dos profetas de Jerusalém se derramou a impiedade sobre toda a terra.

16 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Não deis ouvidos às palavras dos profetas que entre vós profetizam e vos enchem de vãs esperanças; falam as visões do seu coração, não o que vem da boca do SENHOR. 17 Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse: Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração dizem: Não virá mal sobre vós.

18 Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ela atendeu? 19 Eis a tempestade do SENHOR! O furor saiu, e um redemoinho tempestuou sobre a cabeça dos perversos. 20 Não se desviará a ira do SENHOR, até que ele execute e cumpra os desígnios do seu coração; nos últimos dias, entendereis isso claramente. 21 Não mandei esses profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a eles; contudo, profetizaram.

22 Mas, se tivessem estado no meu conselho, então, teriam feito ouvir as minhas palavras ao meu povo e o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações. 23 Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o SENHOR, e não também de longe? 24 Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? -diz o SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? -diz o SENHOR.

25 Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei. 26 Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração? 27 Os quais cuidam em fazer que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal.

28 O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? -diz o SENHOR. 29 Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha? 30 Portanto, eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu companheiro.

31 Eis que eu sou contra esses profetas, diz o SENHOR, que pregam a sua própria palavra e afirmam: Ele disse. 32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e os contam, e com as suas mentiras e leviandades fazem errar o meu povo; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem; e também proveito nenhum trouxeram a este povo, diz o SENHOR.

Jeremias 23. 9-32 Comentário. No versículo 11 se diz que os dois principais líderes, o profeta (aquele que recebia os oráculos do Senhor) e o Sacerdote (aquele que intercedia e sacrificava em prol do povo) haviam se contaminado. As más ações deles não se restringiam unicamente à conduta pessoal, o que já seria motivo de disciplina por parte do Senhor, entretanto tal contaminação era extensiva “a casa do Senhor”, ou mais claramente, se refletia no culto ou na forma dele.

No versículo 13 é dito que há problemas em todos os profetas: os de Samaria profetizavam da parte de “Baal deus da fertilidade, da chuva e da vegetação, a adoração a esse deus incluía a prostituição cultual e os sacrifícios de crianças”[1]. “Os rituais (cultos) eram realizados com muita pompa e cerimônias, havendo oferta dos produtos da natureza, incenso e holocaustos (Os.2.8, Je.19.5)”.[2] Quanto aos profetas de Jerusalém, é dito que são adúlteros, falsos (hipócritas) e apóiam os pecados alheios (v.14).
Prossegue o Senhor dizendo que o juízo virá sobre tais profetas, pois a partir deles (ou através dos seus ensinos) veio a impiedade sobre toda a terra. Esses profetas enchiam o povo de esperanças fictícias, pois falavam de si mesmos (v.16), não apontavam o pecado do povo, antes corroboravam as ações destes com palavras que confortavam os seus já duros corações.

No verso 22 é apontado o motivo pelo qual os profetas erraram e fizeram o povo errar: é que não se puseram a auscultar a perfeita vontade de Deus. Há algo digno de nota que é mencionado no versículo 28, parece que os profetas estavam pondo os seus sonhos e visões acima dos oráculos divinos, tais sonhos e visões comparados com a palavra do Senhor são como palha, enquanto a palavra de Deus é tida como trigo.

Outro fator importante é que os profetas furtavam as palavras do Senhor, ou seja, usavam os mesmos termos e expressões que o Senhor punha nos lábios dos seus genuínos profetas, com intuito de convencer o povo da veracidade das suas palavras. No versículo 32, de forma enfática, o Senhor diz que é contra os profetas que contam sonhos mentirosos, levando o povo ao engano.


A despeito da “alegria” e empolgação momentânea que trazem os sonhos e profecias meramente humanas, é dito a respeito deles que não são de nenhum proveito aos que os ouvem. Aplicação.
O Verso 11 diz que os líderes foram contaminados e que isso se refletia no culto que era prestado ao Senhor, ação esta que o oráculo divino chamou de “maldade”. Menciona-se logo em seguida os profetas de Samaria chamados de “loucos” por suas práticas. Percebe-se que a teologia deles advinha de uma influência da religião de Baal, onde a busca pela prosperidade os fazia praticar atos contrários a vontade revelada de Deus.

Quanto aos profetas de Jerusalém, “adúlteros”, “hipócritas” e “coniventes com os pecados alheios”, parecem refletir uma conjuntura de práticas dos dias atuais, quando os pregadores estão em busca “só do que é seu e não do que é do Senhor” (Fp.2.21).
A partir desses pregadores é que esses ensinos e práticas, chamados por Deus de “impiedade” chegaram a todo meio cristão, todavia a exortação do Senhor é que o seu povo não dê ouvido a estes profetas, pois os tais profetizam ilusões, pensamentos positivos, auto-motivação, mas nunca a genuína palavra de Deus, e assim como os profetas da época de Jeremias, esses profetas não combatem o pecado, antes o corroboram.

Algo a ser destacado no verso 28 é que o texto diz que aquele que “teve um sonho conte o sonho” (ARC), ou o “profeta que tem sonhos conte-o como apenas sonho” (ARA), em contraste com aquele em quem está a palavra do Senhor (o profeta) e que deve pregá-la integralmente; subentendida na expressão “com verdade”.
É tão forte esta afirmação que parece o Senhor comparar sua palavra com o trigo (alimento humano) e o sonho e qualquer outro tipo de revelação, embora verídica, com a palha, que na época de Jeremias era utilizada para “alimentar o gado, fabricar tijolos e como combustível nos fornos de pão”.[3] Talvez seja essa última, a aplicação no texto em questão.

Pode-se obter mais luz quanto a essa idéia explicitada em Jeremias 23.28, observando-se o que diz Números 12.6-8, que aponta que Deus pode dar visões e sonhos, entretanto nada é maior que os oráculos do Senhor, revelados aos seus profetas escolhidos para expô-los.

Há de se extrair de tais afirmações o que está ratificado em Ef.4.11-12 e I Co. 12.28; Deus sempre teve seus ministros, enviados para trazer a instrução puramente divina, em conformidade com a vontade do Senhor. A Pregação hodierna parece eivada de conhecimentos puramente humanos e estratégias que buscam atender o egoísmo do homem ligado só as coisas terrenas (Cl. 3.1,2), pois como disse o Senhor através de Jeremias “não há proveito nenhum nos ensinamentos de tais profetas” (Jr.23.32).

Wanderley Nunes

[1] Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 388[1] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.52. “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara” Mt.9.38. BIBLIOGRAFIA Bíblia - Almeida Revista e Atualizada. 2ª Edição, 1995. Bíblia de Estudo Pentecostal - Almeida Revista e Corrigida. 2ª Edição, 1995. BUCKLAND A. R. Dicionário Bíblico Universal. Edição Vida Nova, 1981, São Paulo. [1] Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 388 [2] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.52. [3] Dicionário Bíblico Universal, BUCKLAND, A.R., p.322.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O Equívoco da Denominação.


Para compreendermos o assunto a ser tratado, é necessário que através da revelação divina saibamos quando saímos dos trilhos, voltando assim á raiz do problema; ao começo. É justamente o que significa Gênesis: origem, começo. Agora vejamos esta raiz denominacional: Um dos filhos de Cão (filho de Noé) foi Cuse, o qual gerou Ninrode - Gen. 10: 6 e 8. O nome Ninrode significa REBELDE. Diz a escritura que seu reinado iniciou-se em BABEL, Gen:10:10, que por sua vez significa CONFUSÃO. Agora atente para isso; rebeldia é ir de encontro a um sistema ou lei estabelecida, e este foi também um dos pecados de Lúcifer- Isaías:14:13-14. Lúcifer queria ser Deus, e isso se harmoniza muito bem com a história que ainda hoje é forte entre os árabes; eles atribuem a Ninrode todas as grandes obras públicas da antiguidade.

Ninrode é identificado pelos historiadores como o herói que se chamava GILGAMÉS, cuja lenda diz que ele era meio homem, meio Deus. Vê você o mesmo espírito maligno, querendo ser Deus? Ninrode (GILGAMÉS) reinou em Sinar (BABEL) e deixou uma forte influência, ao ponto de levar o povo de Sinar (BABEL) a construir uma torre e um nome para si - Gen:11; 1-4. Vemos aqui súditos de Ninrode (REBELDE); lembre-se que Sinar (BABEL) foi a capital do reinado de Ninrode (REBELDE), logo os habitantes dessa região, eram de alguma maneira seus súditos. E isso concorda com II Pedro 2:19 “...Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo”.

O povo de Sinar (BABEL) edificou uma torre; eles não queriam a unidade, queriam ser separados dos seus irmãos vizinhos; com isso esqueceram-se que estavam fora da vontade de Deus. Eles queriam a primazia, queriam um nome que os distinguissem dos outros - Gen.11:4, por isso Deus os pós em CONFUSÃO, e os espalhou. Cumprindo-se porém, a palavra de Noé, o profeta de Deus, da descendência de Sem, Gen:9: 26 e 11: 10 e 27, o Senhor levantaria o pai da fé (ABRAÃO), a descedência do qual herdaria a terra de Cão (CANAÃ) -Gen:12:5-7. Agora atente para este detalhe: Abraão estava no meio da CONFUSÃO, mas Deus o elegeu e o chamou, e veja, ele saiu desse meio - Gen:12:1. Deus falou com o seu profeta (ABRAÃO) Gen.18:17 e Gen. 20:7.

Ficou bem evidente que de um meio religioso e com vários tipos de adoração, Deus escolheu e tirou para fora dessa Babel a Abraão; lembre-se Gênesis é o começo. Com os olhos espirituais, olhemos para o livro de Apocalipse que é o cumprimento de toda profecia Bíblica. A Igreja, a partir do ano 313 A.D. começa a ter a paz e logo, une–se ao império romano, torna-se rica e ao longo dos tempos segue desviando-se da fé apostólica: 1)Tornou-se poderosa política e financeiramente; ela é aquela que está assentada sobre as muitas águas -Apoc: 17:1 e 15, ou seja, tem muitos adeptos. 2)Faz alianças com o mundo - Apoc:17: 2, ela dá o seu vinho (influência), em troca recebe dinheiro e poder político. 3)Torna-se riquíssima e no ano 380 A.D. denomina-se: Igreja Católica (significa: Universal) Apostólica Romana, reconhecida então como “A única verdadeira igreja de Cristo”.

Estava erguida a torre, e posto o nome da “BABEL” dos nossos dias. - Gen.11: 4, Apoc.17:5. E ao denominar-se, por influência dos “Ninrodes” Constantino em 313, e Teodósio 380 A.D. (Imperadores), a igreja apartou-se da fé original; de organismo de Cristo (Corpo de Cristo - I Cor.12:27), passou a organização humana, onde o homem está assentado como Deus - II Tess.2:3-4; rejeitou assim o nome de Cristo e sofrer por ele - II Tim.3:12. Foi revelado a João que ela não tinha o nome do cordeiro (Cristo), mas Babilônia (CONFUSÃO, MISTURA) é o seu nome -. Apoc.17:5. Conforme Apoc. 17:5 a grande prostituta, a primeira a denominar-se e organizar-se, tem filhas e suas filhas têm algumas das suas características.

Caro amigo, a noiva do cordeiro não tem sobrenome. Ela possui apenas o nome completo do seu Deus: Senhor Jesus Cristo – Apoc.14:1, já que ela é o seu corpo. Assim como você não pode ter sua cabeça no corpo de outra pessoa, também a cabeça (Cristo- Efésios:5:23) não aceita outro nome para o seu próprio corpo. O meu corpo é parte integrante da minha cabeça, e por isso tem meu nome. E assim também é Cristo e a igreja. Esse é o tempo em que Deus está chamando para fora de toda essa confusão o seu povo (Apoc.18:3-4). Medite nisso.

Wanderley Nunes.

Esta literatura é um resumo, com algumas notas adicionais, da mensagem ”O equívoco da denominação”. Gravada em audio, por Wanderley Nunes em 1998.
Somos uma Missão Cristã Mundial de Restauração.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

SIMONIA: COMPRANDO AS BÊNÇÃOS DE DEUS.

Em Atos 8:9-24, vemos um episódio que nos chama a atenção e nos convida a meditar em algo que está acontecendo hoje: A Simonia, que é nada mais nada menos, que o ato de pagar para obter dons e bênçãos divinas, sejam elas espirituais ou materiais: saúde, prosperidade, um lar feliz, vida sentimental, vida financeira e etc. Essa prática leva o nome daquele que antes era um renomado mágico em Samaria, respeitado e temido por todo o povo daquela cidade, que acreditavam ser ele uma grande personagem, a própria “virtude de Deus”. Atos 8:9-11.

Esse homem ao ver os sinais e os milagres que Filipe fazia em nome do Senhor Jesus, creu, e logo, sem impedimento algum, foi batizado (verso 13) e ficou em companhia de Filipe, admirado pelas grandes coisas que via da parte de Deus. Filipe, tendo em vista o grande ministério de Pedro e João, que era de impor as mãos sobre os novos convertidos, de modo que falavam línguas e profetizavam, tendo já realizado a obra de um genuíno evangelista, recorre aos dois apóstolos que estavam em Jerusalém.

Chegando a Samaria, Pedro e João oraram e os samaritanos foram agraciados com os maravilhosos dons celestiais; Simão (o ex - mágico) ao ver tais coisas desejou obter esses mesmos poderes a custa de dinheiro, no que foi duramente rechaçado pelo apóstolo Pedro, veja: “E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos, era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para a perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro, tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus”. Atos 8:18-21.

Alguns séculos se passaram, a igreja se organizou, e tornou-se uma denominação: “Católica Apostólica Romana”, em 380 A. D; a primeira denominação, a primeira a unir-se ao Estado e a ter interesses não mais estritamente espirituais. Com o advento do poder político, a igreja nessa época passou a construir grandes templos e catedrais, inspiradas pelos grandes templos pagãos de Roma e da Grécia, um dos quais o da deusa Diana dos Efésios, mencionado em Atos 19:27. Por volta do século XVI (dezesseis), a igreja já se encontrava totalmente corrompida.

Um Clero completamente comprometido com interesses mundanos, escândalos sexuais, vícios e aberrações de toda sorte faziam parte da rotina da igreja. Como se não bastasse tudo isso, para sustentar os seus extravagantes gastos, como também o seu “fabuloso” projeto de construir a catedral de São Pedro, a igreja passa a valer-se dos mais variados artifícios para arrecadar dinheiro: venda de água benta, relíquias (peças de roupas e até ossos dos supostos santos), orações, bênçãos das mais variadas tinham seu preço.

Nessa época de total escuridão espiritual, como se não bastasse tudo isso, surgiu o principal objeto de venda, o qual desencadeou a manifestação de Lutero contra tudo isso, dando inicio a Reforma Protestante: a venda das indulgências. A igreja vendia todo o tipo de indulgência (perdão dos pecados). O chamado “cristão” tinha agora sua vida livre dos compromissos de um cristão ortodoxo (comum). Como se não fosse o bastante “pagar o preço” pelas “bênçãos”, o povo agora era induzido, ou porque não dizer, seduzido pelo Clero Romano, a pagar para obter o perdão dos pecados.

Logo após a Reforma Protestante, a igreja romana passou a rever alguns dos seus conceitos e dogmas e assim, passou ela própria a condenar a compra de benefícios espirituais efetuadas pelo povo, taxando de “Simonitas” aqueles que compravam as bênçãos de Deus. Caro amigo e/ou irmão, em Apocalipse 17:5 é apresentada a igreja Romana (Católica) como a “mãe das prostituições e abominações da terra”. Ela é chamada de Babilônia, nome que significa confusão e/ou mistura. Sabemos que se alguém é mãe, é porque tem filhas, e as filhas têm características da mãe, ou seja, usam algumas doutrinas e ensinamentos da “grande mãe”.

O curioso de tudo isso, é que o que a mãe (Católica) reviu e condenou, há alguns séculos, por achar um absurdo e uma exploração, foi agora tomado como doutrina por algumas de suas "filhas” (sitema religioso atual). Como Balaão “ensinam o povo a errar”, pois “amam o prêmio da injustiça” (engano), II Pedro 2:14-15 e Judas 11. Vendem o evangelho, são Balaítas, (pregam por amor ao dinheiro). E aqueles que “seduzidos” por suas propagandas no rádio e na televisão, vão aos seus templos e fazem todo o tipo de sacrifícios, e que fique bem claro, sacrifícios financeiros, estão em pecado diante de Deus, pois são simonitas.

As palavras de Pedro ecoam em nossos dias através das escrituras “... tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade, e ora a Deus...” Atos 8:21-22.

Prezado amigo, você não precisa de penitências e sacrifício de nenhum tipo para obter as bênçãos de Deus; Cristo pagou o preço de sangue, para que você tenha acesso a Deus pela fé em seu nome. Pagar e fazer sacrifícios é voltar aquilo que Cristo aboliu na cruz; é retornar ao Romanismo pagão (Catolicismo). A palavra de Deus nos relata que as curas e a salvação são dons, e dons são presentes de Deus, cujo único preço é a fé. I Cor 12: 4, 8-10; Heb 11:6 e Ef 2:8-9 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Eis o único sacrifício agradável a Deus: a obediência à sua palavra. “Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifício, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura dos carneiros.” I Samuel 15:22. “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda este é o que me ama...” João 14:21. Coloque-se nas mãos de Deus para servi-lo, como um verdadeiro servo seu, já que nas escrituras as promessas são para os servos autênticos, que buscam a vontade de Deus.


Qual o preço? O sangue de Cristo. Qual o seu dever? Fazer a vontade de Deus. “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará”. Salmos 37:4-5. Leia também: I Pedro 1:18-25; I Coríntios 6:20 e Tiago 4: 2-10.

Prezado leitor, se você tem participado de “campanhas”, “correntes” e coisas desse gênero, buscando coisas matérias e pagando por isso, saiba que até hoje você tem incorrido em pecado diante de Deus. Deixe a Simonia, se entregue a Jesus Cristo e seja um vitorioso em seu nome. “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Mateus 6:33.

Wanderley Nunes