quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O Evangelho da Graça X Os rudimentos da Lei.

JESUS, MINISTRO DA LEI.

“Digo, pois, que Jesus Cristo foi Ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais". Rom. 15:8. “... mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos adoção de filhos”.Gálatas 4:4-5. Trataremos agora de um ponto que gera grande celeuma no meio cristão: O Ministério do Senhor Jesus Cristo antes de sua morte, ascensão e glorificação. Pois tantos há, Ministros da Palavra, como irmãos de uma forma geral, que querem basear seu ministério conforme o ministério terreno do Senhor Jesus; como diz a escritura em Hebreus: “... nos dias da sua carne...”. Hb.5.7.

As Escrituras de Paulo aos Romanos nos falam enfaticamente da necessidade de alguém que pregue a palavra. Todavia, alguém dirá que temos, no meio Cristão, muitos pregadores, alguns de renome mundial. São enviados ao campo missionário todos os dias, centenas, quiçá, milhares de obreiros, entretanto, não é disso que estamos falando. Estamos falando de alguém com a palavra revelada, a mensagem para a última hora. “Como pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram E como ouvirão se não há quem pregue?” Romanos 10:14.

Esta mensagem restauradora que Deus tem enviado, em um momento tão conturbado da história Cristã, em uma era Laodiceiana (Apocalipse 3:15-19), a encontramos bem tipificada em Filipe, e os Cristãos desta era tipificados no Etíope Eunuco. “E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías e disse; Entendes tu o que lês? E ele disse: Como poderei entender, se alguém me não ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse”.Atos 8:30-31. O Eunuco era um eleito de Deus, por isso tinha sede da Palavra Revelada, e Filipe tinha a água fresca, potável e incontaminada, daquela hora. É nessa fonte perene e abundante que o convido a beber agora.

Como dissemos a princípio, temos que diferenciar o Jesus homem (nos dias da sua carne), do Deus todo poderoso encarnado no homem Jesus, Colossenses 1:19 e 2:9. Paulo deixou isto bem claro ao escrever aos Romanos: “Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; Que são Israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente, amém”. Romanos 9 : 3-5.

Como homem, “segundo a carne”, Jesus era Judeu, e como Judeu ele era naturalmente observador das leis, ritos e preceitos judaicos. Vejamos um quadro comparativo das observâncias da lei, as quais Cristo cumpriu, desde o seu nascimento, até sua morte expiatória na cruz.

                                         MANDAMENTO DA LEI:                      CUMPRIMENTO EM JESUS:

CIRCUNCISÃO:                       Levítico 12: 3                                                        Lucas 2:21

PARTICIPAÇÃO DA PÁSCOA:  Êxodo 12:24-27             Lucas 2:40-46, Lucas 22:7-8 e I Coríntios 5:7

JEJUM:                              Levítico 16:9 e 23:27 e 29;                               Isaías 58: 3 e 5. Mateus 4:2

VIGÍLIAS:                           Jó 8:5; Provérbios 8:17                                  Lucas 6:12 e Mateus 14:23

O CUMPRIMENTO DE TODA A LEI: Levitico 18:5      Romanos 10:5. Mateus 3:14-15 e Mateus 5:17

Acabamos de ver um quadro que evidencia o lado judaico de Cristo; que como homem era Judeu, porém, como Deus, ele não tem nacionalidade (Romanos 9:5), pois ele é o Todo-Poderoso, que enche os céus e a terra (Jeremias 23: 23-24).

JESUS, SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR.

A lei não permitia que alguém que não fosse da tribo de Levi exercesse o Sacerdócio (Números 8:14 e Números 18:7). Sendo assim, para que Jesus fosse Sacerdote ele teria que ser de uma ordem superior, já que como homem ele era da tribo de Judá, e essa tribo jamais foi chamada a exercer o Sacerdócio: “Porque aquele de quem estas coisas se dizem pertence à outra tribo da qual ninguém serviu ao altar, visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio”. Hebreus 7:13-14.

O Senhor Jesus era Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, Salmos 110:4. Quando Abraão (na ocasião ainda Abrão) retornava da batalha contra os reis que haviam tomado Sodoma e Gomorra, e levado cativo Ló (Gênesis 14:10-12), Deus, então, propôs abençoar Abraão, todavia, não havia na face da terra ninguém espiritualmente superior a ele.

Foi quando se deu um fenômeno, chamado pelos estudiosos de Teofania, que nada mais é do que a manifestação física (materializada) do próprio Deus (Gênesis 14:18-20; Hebreus 7:6-8) que veio para abençoa-lo. Dizemos com ousadia, que era o Senhor manifesto na pessoa de Melquisedeque, pois só o Senhor é Rei de Justiça, rei de Paz, só o Senhor é que não tem pai, nem mãe, nem genealogia, nem princípio nem fim. Hebreus 7: 2-3 e Apocalipse 1: 8,17-18.

O que torna o Sacerdócio segundo a ordem de Melquisedeque superior, é o simples fato de ser este constituído por Deus, a fim de exercer uma interseção no Santuário celeste. Todos os Sacerdotes anteriores eram impedidos pela morte de continuar sua ministração, de modo que sempre havia um novo sacerdote para oferecer ofertas e sacrifícios (Hebreus 7:25).

Estes tinham um santuário e uma ministração terrena (Hebreus 9:1), figuras (tipos) das coisas celestiais (Hebreus 8:5), e como o Santuário terrestre era uma figura do celeste, do mesmo modo o sangue de bodes e cordeiros, era figura do sangue do Cordeiro de Deus (Hebreus 9:22-24). Dando tudo isso, uma clara demonstração da fraqueza do Sacerdócio Levítico, com suas leis, ordenanças e estatutos, e a urgente necessidade de mudança do mesmo. “Porque, mudando-se o Sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da Lei”.
Hebreus 8:12. “Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus”.Hebreus 7:19. Vemos então, que Jesus tomou essa honra, pois como Sacerdote, cumpriu todas as exigências da Lei, não tinha pecado, era sem culpa, e podia oferecer sacrifícios e oblações sem mácula (Hebreus 7:26-27).

Na Antiga Aliança o homem era justificado mediante o sangue de um cordeiro, esse não podia ser de forma alguma, uma oferta perfeita a Deus, já que o cordeiro não é semelhante ao homem que, por conseguinte, é a imagem e semelhança de Deus, por isso Deus se fez homem, para levar o homem a Deus através do sacrifício de si mesmo.

“... mas, agora na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo”. Hebreus 9:26 b. O Sacrifício de Jesus foi feito na terra; levando a cabo o Ministério da Circuncisão, demonstrado nas palavras: “Está consumado” (João 19:30). Todavia, ele teria que ir aos céus para apresentar-se a si próprio como Cordeiro (João 1:29). Sendo também ele o nosso Sumo-Sacerdote (Hebreus 4: 14-16), por isso, ele não permitiu a Maria Madalena toca-lo (João 20:16-17), pois havia a iminente necessidade de que Jesus se apresentasse no santuário Celeste (Hebreus 9:22-24) e recebesse a glorificação pela obra terminada, profetizada no Salmo 24:7-10.

Concluímos que o Senhor Jesus foi Ministro da circuncisão, entretanto, não foi sacerdote no Templo Israelita, já que ele não era da Tribo de Levi (Hebreus 7:14). O seu Sacerdócio era da ordem superior, estabelecido por Deus e eterno, ou seja, ele teria que cumprir todas as exigências da Lei, tais como circuncisão, oblação de si mesmo, jejuns, vigílias, Sábado, etc... E para selar a perpetuidade e perfeição desse sacrifício, ele teria que imolar-se a si mesmo e depois ressuscitar (João 2:19-21), para que como sumo-Sacerdote, continuasse a interceder por nós (Hebreus 7:25).

“Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a Carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo”. II Coríntios 5:16. PAULO, O PRIMEIRO MENSAGEIRO DA GRAÇA E APÓSTOLO PARA OS GENTIOS. “Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo separado para o evangelho de Deus”. Romanos 1:1. “Porque convosco falo, Gentios, que, enquanto for Apóstolo dos Gentios, glorificarei o meu ministério”. Romanos 11:13.

O Senhor foi buscar no próprio Judaísmo o austero e zeloso Saulo, cujo nome significa: Pedido; denotando assim que os seus pais oraram a Deus em busca de um filho homem, o que era de muita importância na religião judaica, para assim perpetuar as suas tradições. Ao ser convertido à fé em Cristo, no caminho de Damasco (Atos 22:6, 15 e 21), adota o nome gentílico, mais precisamente Romano, de Paulo, que quer dizer: pequeno; numa clara demonstração de desprendimento, que é o verdadeiro espírito do Cristianismo.

A mensagem que Paulo trouxe, não era fruto de uma convivência física com os apóstolos, e muito menos com o Senhor, que aliás, ele nem conheceu pessoalmente. Foi sim, o resultado de um chamado de Deus e de seguidas revelações, que punham o seu ministério em um patamar muito superior aos dos outros apóstolos.

“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo”. Gálatas 1:11-12. Paulo foi chamado para levar as boas novas (evangelho) aos Gentios. A seu respeito estava profetizado. Isaías 49:6:
“... também te dei para luz dos Gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra”.

E ele próprio discerniu essa profecia, Atos 13: 46-47. Pedro, Tiago e João foram na verdade chamados para anunciar a salvação em Cristo aos Judeus, embora Pedro, a princípio, tenha sido um instrumento do qual Deus se utilizou, para que os Gentios começassem a ouvir a palavra, Atos 15:7, Até que o ministério Gentílico de Paulo se manifestasse: “Antes pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da cincuncisão, esse operou também em mim com eficácia para os Gentios". Gálatas 2:8). “E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a Graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fossemos aos Gentios e eles à circuncisão”. Gálatas 2:9.

“Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos Gentios, na fé e na verdade”. I Timóteo 2:7.

O Apóstolo Paulo entendeu, como nenhum outro apóstolo, a dimensão da palavra “Graça” – O favor imerecido de Deus aos homens. O vemos falando disso no episódio quando repreendeu Pedro, pois este tinha comunhão com os Gentios, todavia, quando aparecia alguém, vindo de Jerusalém da parte do apóstolo Tiago, ele se afastava e evitava até participar das refeições com eles, Gálatas 2:11-18. Para Paulo a Graça era total, era viver a vida da fé. Tito 3:5-7.

Sabemos pelo relato da própria escritura que Paulo: A) Trabalhou mais que os outros apóstolos: “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo”. I Coríntios 15:10. B) Com esse evangelho revelado, Paulo foi o que mais escreveu epístolas, já que tinha muito o que revelar. Foram 13 epístolas, C) Foi quem mais evangelizou: Evangelizou a Ásia em dois anos, Atos 19:10; e parte da Europa, Espanha e Itália (Roma), Romanos 15:28-29. Que fique bem claro em nossas mentes, que o evangelho revelado, como bem profetizou Jesus, em João 16:12, foi dado a Paulo. “Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”.

A perfeita vontade de Deus, como vimos a pouco, que o próprio Jesus Cristo, como ministro da lei não pode em hipótese nenhuma falar dela, porém reservou esta missão a Paulo, pois o espírito que desceu sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, atuou em Paulo de forma específica para o pôr como “luz dos Gentios”. “Mas quando vier aquele espírito da verdade, ele vos guiará em toda verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir”. João 16:13.

Em nenhum apóstolo estes textos proféticos se harmonizam tão bem, exceto Paulo, usado pelo espírito de Deus não falou de si mesmo, como profeta gentílico, só falou o que recebeu do Senhor e profetizou sobre a corrupção da Igreja no fim dos tempos.

Sim, este precioso mensageiro nos revelou a perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2. “Mas ainda que um anjo do céu, vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema”. Gálatas 1:8. Sabendo de antemão isso, abracemos a mensagem que Deus deu a Paulo e que está restaurando nesta última fase da Igreja, a mensagem da Graça de Deus.

O JEJUM NO ANTIGO CONCERTO

“E isto vos será por estatuto perpétuo: No sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós”. Levítico 16:29 O jejum no antigo concerto é apresentado como dia de aflição de alma, e na sua primeira citação na Lei, Levítico 16:29, está ligado ao dia da expiação, no Hebraico “Kippurim”, derivado de “Kaphar”, que significa cobrir o pecado mediante um resgate.

O propósito desse dia era purificar os Israelitas dos pecados que porventura não tivessem sido expiados nos sacrifícios anteriores. Levítico 16:30. “Porque, naquele dia se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o Senhor”. Vemos nesse ato, que o jejum era um sacrifício de destaque no cerimonial da Lei. Quando Jonas anunciou a palavra em Nínive, o rei Ninivita deu ordem para que toda aquela cidade se humilhasse diante de Deus, e isso com Jejum, saco e cinza, Jonas 3:6-10, que era a maior demonstração de tristeza e arrependimento e reconhecimento pelos pecados cometidos, Jó 42:5-6, Ezequiel 27:30-31; Mateus 11:21.

Davi também se aproximou de Deus com Jejum para que seu filho, fruto do adultério com Bate-Seba, mulher de Urias, fosse poupado. Logo, vemos que no antigo concerto, quando alguém queria demonstrar o seu arrependimento e/ou receber algum favor de Deus, jejuava. As escrituras deixam patente a estreita ligação do jejum com a lei: a) Quando Moisés foi ao monte receber a lei, jejuou quarenta dias; isso indicava todo o sacrifício que a Lei exigiria, a fim de que cumprindo os seus preceitos, mandamentos e ordenanças o homem vivesse, Levítico 18:5. b) Esdras apregoou um Jejum logo após nomear os Netinins (Levitas servidores ou servidores do templo), para ajudarem no Ministério do Tabernáculo, e para pedirem socorro contra os inimigos. Esdras 20:24. c) Em Neemias 9:1-3, vemos também o jejum em consonância com a prática da leitura da Lei.

Havia outras ocasiões em que era prescrito o jejum, pois como era um sacrifício da Lei e dia de “aflição de alma”, Levítico 23:27 e 29, estava sempre ligado a dor e humilhação. Por isso era o jejum usado como demonstração de luto e pesar pela perda de alguém querido, como foi no episódio da morte de Saul, I Samuel 31:7-13; II Samuel 1:10-12. Também era usado para demonstrar tristeza e desapontamento como no caso de Jônatas, ao ver a tamanha perseguição que seu pai empreendia contra Davi, I Samuel 20:32-34. Neemias também jejuou ao saber do estado lastimável do seu povo e da cidade de Jerusalém, Neemias 1:1-4.

O NOVO CONCERTO E O JEJUM

“Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João, dizendo: por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes Jesus: podem, porventura, andar triste os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão”. Mateus 9:14-15.

Quando interrogado do por quê dos seus discípulos não jejuarem, Jesus responde com uma ilustração sobre o casamento em Israel nos seus dias. “Os filhos das bodas” eram os amigos mais queridos do noivo, que estavam se congratulando com ele no seu banquete festivo, até o momento em que ele era “tirado” dos filhos das bodas, para se preparar para o encontro com a noiva. Quando isso acontecia era declarado o fim da festa, cessavam o comer e o beber. Da mesma forma quando ele fosse “tirado” cessaria o gozo, a alegria, e haveria a necessidade do Jejum.

Todavia, fica a pergunta: Quando isso aconteceria? A palavra “tirado” no original tem o mesmo sentido de “cortado”, “arrancado” , como falando de uma árvore e é o mesmo termo usado por Isaías, quando chama Jesus de “raiz de uma terra seca” e diz enfaticamente que sua vida foi tirada e cortada da terra, Isaías 53: 2 e 8.

Daniel é ainda mais incisivo ao profetizar a sua morte dizendo que seria “tirado” ou seja, arrancado à força o Messias, Daniel 9:26. O próprio Senhor se intitula “videira verdadeira”, João 15:1, logo, esse termo “tirado” não fala da ida de Jesus aos céus, mas da sua morte.

A PALAVRA REVELADA

O Senhor depois de ressuscitado, antes de ascender aos céus, fez uma promessa aos discípulos: “... E eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos, Amém”.Mateus 28:20.

O apóstolo João, que dentre os da Igreja Judaica era o que mais possuía discernimento, nos traz uma luz maior quanto à comunhão do Espírito do Senhor com os eleitos. “O espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. “Naquele dia, conhecereis que estou em meu pai, e vós, em mim, e eu, em vós”. João 14:17 e 20.

E assim como havia prometido, o Senhor cumpriu a sua palavra voltando em espírito para habitar na sua Igreja, Atos 2:1-4. No dia de Pentecostes o Espírito Santo, que é o próprio Espírito de Cristo, Atos 16:7, I Coríntios 12:6, foi derramado, instituindo a Igreja como o seu corpo na terra, I Coríntios 12:12-13 e 27. Assim sendo, fica claro que quando Jesus estava com seus discípulos eles não precisavam jejuar, muito menos agora, na Nova Aliança, quando o Senhor habita em nós.

Como filhos do Novo Concerto, são muitos os privilégios que temos: Somos templo do Espírito Santo. I Coríntios 3:16-17; I Coríntios 6:19; Reinamos em vida com Cristo Romanos 5:17; Romanos 8:10-11; Estamos assentados em lugares celestiais, significando isso, que somos autoridade e vencemos todo o mal Efésios 2:6; Não necessitamos de que um intercessor, Sacerdote, Bispo, Padre, Pastor, vá a Deus por nós, pois somos os verdadeiros Sacerdotes do Senhor, a nação eleita e santificada por Deus. Colossenses 1: 13 e 21-23.

Em suma, quando Jesus estava aqui, em carne, os seus discípulos não jejuavam, pois ele estava com eles. Na Nova Aliança, que por sinal, é muito superior a antiga, Hebreus 8-6, Jesus não está conosco, mas em nós. I João 4:4. De sorte que ele estando em nós, não temos falta de nada, II Pedro 1:3, pois ele é tudo em todos. Efésios 1:23. Glorificamos a Deus por esta exposição. Esperamos que ela tenha trazido esclarecimento a você, concernente ao Jejum e os rudimentos da Lei, como elementos obsoletos na Nova Aliança.

PALAVRA AO LEITOR.

Sabemos o quão difícil é, sairmos das tradições religiosas e abraçarmos a Mensagem da última hora, que vai claramente de encontro a todo sistema religioso vigente. Foi assim com o mensageiro que anunciou a primeira vinda do Senhor, João Batista, ele não veio de nenhum dos grupos religiosos da sua época, ao contrário era contra eles: Saduceus, Fariseus, Essênios, Zelotes... Eles também não o reconheceram e não o receberam, mas nem por isso ele deixou de ser o que Deus disse que ele seria (Lucas 1:76), um profeta com uma mensagem para pôr os escolhidos de Deus em sintonia com o projeto de Deus para a era.

As Escrituras dizem que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente, e ele tem uma mensagem a qual tem confiado a sua Igreja hoje e fez com que uma pequena parcela dela chegasse as suas privilegiadas mãos. Peço-lhe que medite, pois Jesus ao terminar de explicar sobre o motivo dos seus discípulos (ainda no antigo concerto, antes da sua morte, ressurreição e glorificação) não jejuarem, falou do Novo Concerto que viria, e disse que “ninguém põe o vinho novo (o Novo Concerto) em odres velhos (mentes presas aos rudimentos da Antiga Aliança: Jejuns, vigílias, Dias de Guarda, abstinência de certos alimentos, etc...), pois o vinho novo não acharia lugar nos odres velhos (mentes presas à lei e seus rituais)”.

Todavia, para se receber plenamente o Novo Concerto, não como o sistema religioso dos nossos dias, que vive apenas uma “meia Graça”, mas sim a Graça total, seriam necessários “odres novos”; mentes que se desvencilharam, jogaram fora o odre do velho concerto, com seus sacrifícios e jugos, pois o Senhor deu um aviso profético, quando disse nas palavras do capítulo 5, verso 39 de Lucas, que todos os que de alguma maneira, provaram do Antigo Concerto (vinho velho) com seus rituais e sacrifícios, ainda impostos pelo atual sistema religioso; de modo algum desejariam trocar a sua justificação própria, pelo vinho novo da Graça de Deus.

Entretanto, o eleito de Deus, sua ovelha, ao ouvir a trombeta que anuncia tal mensagem, buscará o aprisco, o qual tem pastos verdejantes e água fresca para saciar verdadeiramente sua alma. Que Deus continue abençoando.

Este texto é um resumo das conferências proferidas por Wanderley Nunes, em Belém do Pará, nos dias 20 e 21 de março de 2004.